Um complexo processo de operações simuladas serviu para o pagamento de propina em sete países para o lobista Fernando Soares, um dos operadores do esquema que desviou bilhões de reais da Petrobras. Os repasses incluíam depósitos para contas em nome de empresas de fachada e transferências financeiras em bancos diversos. Fernando “Baiano”, como o investigado é conhecido, é apontado nas investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, como lobista do PMDB na estrutura de corrupção e está preso desde de 18 de novembro.
Publicadas neste sábado pelo jornal Folha de S.Paulo, as informações sobre a trajetória do dinheiro pago a Fernando Baiano foram detalhadas por um dos delatores da Lava Jato, Julio Camargo, também investigado e apontado como intermediador de contratos entre empresas e Petrobras. Em sua defesa na Justiça, além de revelar como a propina era paga, Julio atualizou os valores movimentados para abastecer a rede de pagamentos aos diversos operadores do esquema – de US$ 40 milhões para US$ 30 milhões.
As transações eram feitas por meio de empresas que ambos mantinham no exterior, além da utilização de empresas de fachada e da atuação do doleiro Alberto Youssef, responsável pela intermediação de parte dos repasses. Youssef também está preso e foi apontado pelos investigadores como um dos principais operadores da estrutura criminosa. A primeira comissão pedida por Fernando Baiano foi de cerca de US$ 15 milhões, informou Julio Camargo.
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De acordo com o Ministério Público Federal, os repasses a Fernando Baiano custearam a propina paga ao ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró, preso desde a última quarta-feira (14) depois que foram descobertas, em seu nome, movimentações financeiras e transferência de bens consideradas suspeitas. Cerveró admite que mantinha relações com o lobista, mas negou as propinas e ter contas no exterior, em seu nome ou no de terceiros.
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