Enquanto pedia, em pronunciamento no rádio e na TV, “paciência” e “compreensão” com a crise e as medidas econômicas do governo, a presidenta Dilma Rousseff era vaiada em dezenas de cidades. O protesto foi marcado por panelaços, buzinaços e foguetórios. A presidenta foi alvo de xingamentos. “Fora, Dilma” e “Fora, PT”, gritaram manifestantes. Em alguns prédios, em Brasília, moradores piscavam as luzes dos apartamentos no momento em que a petista defendia o ajuste fiscal. Em menor intensidade, defensores da presidenta saíram em sua defesa, respondendo aos protestos com gritos de “Dilma”, “Lula” e “PT”.
Segundo a Folha de S.Paulo, os protestos ocorreram em pelo menos 12 capitais: São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Vitória, Curitiba, Porto Alegre, Goiânia, Belém, Recife, Maceió e Fortaleza. A semana não será fácil para Dilma. Além do agravamento da crise no Congresso, com a abertura de inquérito contra parlamentares, inclusive os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), está marcado para o próximo domingo (15), em todo o país, protesto contra Dilma. O impeachment da presidenta é a principal reivindicação desses manifestantes.
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Veja o pronunciamento de Dilma:
Em seu pronunciamento, Dilma afirmou que as medidas adotadas recentemente na área econômica, de contenção de despesas e aumento de impostos e tributos, são “passageiras” e representam uma “travessia”. Ela também negou que esteja traindo a classe média e os trabalhadores. “Absorvemos a carga negativa até onde podíamos e agora temos de dividir parte deste esforço com todos os setores da sociedade”, declarou.
De acordo com a presidenta, a situação econômica não é tão ruim quanto apontam a mídia e analistas. “Noticiários são úteis, mas nem sempre são suficientes. Muitas vezes nos confundem mais do que nos esclarecem”, afirmou.
A petista pediu confiança ao seu governo e fez um apelo por união. “Você tem todo direito de se irritar e de se preocupar. Mas lhe peço paciência e compreensão porque esta situação é passageira. O Brasil tem todas as condições de vencer estes problemas temporários. E esta vitória será ainda mais rápida se todos nós nos unirmos neste enfrentamento. Peço a vocês que nos unamos e que confiem na condução deste processo pelo governo, pelo Congresso, e por todas as forças vivas do nosso país e uma delas é você”, afirmou.
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