Em reportagem assinada por Leonardo Souza e Rubens Valente, a Folha de S. Paulo afirma na edição desta segunda-feira (17) que o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, “cogitou pedir a prisão dos 40 acusados de envolvimento com o que chamou de ‘organização criminosa’ que tinha como objetivo ‘manter o PT no poder’.
Segundo a matéria, o procurador-geral abandonou a idéia “ao perceber que o pedido não seria acolhido pelo ministro Joaquim Barbosa, relator do caso no Supremo Tribunal Federal”. O pedido de prisão teria como objetivo “evitar comunicação entre os suspeitos e impedir coação de testemunhas”.
Os repórteres acrescentam que “a estratégia original de Souza era, com as prisões, apertar o cerco contra os acusados para que alguns passassem a colaborar nas investigações, via delação premiada – sistema que permite o abrandamento da punição em troca de informações importantes para o caso”.
Eles também se reportam à informação veiculada na última edição da revista Veja sobre o fato de “pelo menos um dos suspeitos”, o corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro, já estar ajudando o Ministério Público Federal.
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O jornal lembra que a denúncia feita pelo procurador-geral “revela que Funaro prestou depoimento no dia 28 de março, dois dias antes do protocolo da denúncia, no STF. Trecho do depoimento revela que Funaro, que negava envolvimento com o mensalão, apresentou detalhes reveladores sobre o papel da Guaranhuns como repassadora de recursos ao PL, após obtê-los das empresas do publicitário Marcos Valério de Souza”.
Na segunda fase das investigações, informa ainda a reportagem, Antonio Fernando de Souza deverá apresentar detalhes até agora desconhecidos sobre a movimentação financeira dos publicitários Duda Mendonça e Marcos Valério no exterior, além de trazer novos elementos incriminatórios contra os dirigentes do Banco Rural.
O texto de Rubens Valente e Leonardo Souza conclui: “A prisão dos acusados, embora não tenha sido formalizada na denúncia, pode ser pedida a qualquer momento pelo procurador, caso julgue conveniente. A colaboração dos suspeitos pode fechar brechas e sanar deficiências na linha da acusação”.
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