Terminou agora há pouco, depois de três horas de acaloradas discussões, a reunião do Conselho de Ética do Senado que deliberou sobre a relatoria dos próximos processos por quebra de decoro parlamentar do senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
Depois de críticas da maioria dos senadores presentes, ficou decido que o senador Almeida Lima (PMDB-SE), o principal defensor de Renan na Casa, seria o relator de apenas uma representação contra o senador alagoano – uma manobra de aliados de Renan teria a intenção de aglutinar os processos sob a mesma relatoria. No caso, com Almeida Lima como relator.
A pressão para a desvinculação dos processos partiu, principalmente, dos senadores José Agripino (DEM-RN) e Artur Virgílio (PSDB-AM). A crítica maior foi contra o presidente do Conselho, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), que, além de ter indicado Almeida Lima para a relatoria, ainda queria unificar os processos com a clara intenção de acelerar seu trâmite no Conselho e em plenário – e assim abreviar a sangria de seu colega de partido e presidente da Casa.
Acuado, e vendo que sua conduta traria ainda mais desgastes e mal-estar ao Senado, Quintanilha revisou sua decisão e determinou a separação dos processos. "Eu entendo ser prerrogativa do presidente a união das representações. Vou reformar a decisão de unificação das representações três e quatro. Mantenho o senador Almeida Lima como relator de um e indicaria amanhã o nome do terceiro relator", sentenciou.
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Com a prorrogação da nomeação da segunda relatoria para amanhã, tanto a oposição quanto os aliados de Renan ganham tempo para negociar apoios. Ambas as representações foram apresentadas pela oposição. Em uma delas, interposta em conjunto por Democratas e PSDB, o presidente do Senado é acusado de ter usado laranjas na aquisição de empresas de comunicação em Alagoas. Em outra, impetrada pelo Psol, Renan é suspeito de ter orquestrado esquema de arrecadação de recursos em ministérios sob o comando de seu partido. (Fábio Góis)
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