Fábio Góis
Iniciada ontem (segunda, 28), com o apoio do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal, a primeira fase do Prêmio Congresso em Foco movimentou as redações e os comitês de imprensa do Congresso. No primeiro dia de votação, cerca de cem jornalistas depositaram em uma urna itinerante suas cédulas com os nomes dos parlamentares que, em sua opinião, mais se destacaram no exercício do mandato em 2009.
A urna, aliás, é uma atração à parte, e chamou a atenção. Lona em marrom “tradicional”, com uma tampa que esconde a fenda de cédulas e cadeado de tecido e ferro a garantir a inviolabilidade do voto, a urna remete às saudosas votações de antigamente, quando ainda não havia a urna eletrônica. “É vintage”, disse um jornalista que cobre as atividades políticas no Senado. Em tradução aproximada, o repórter quis dizer “retrô”.
A partir da manhã e durante toda a tarde da segunda-feira, repórteres, editores, produtores, colunistas e outros jornalistas especializados em política, de veículos variados (jornal/revista, TV, rádio, internet) e de diversas regiões do país, puderam manifestar sua preferência em relação aos mandatários do Congresso. Como recorrente a cada ano, a votação provocou debates, reflexões e sugestões – tudo sempre permeado por bom-humor e inteligência.
“Deveria ter uma lista com os piores [parlamentares]”, disse uma repórter que, do alto de sua longa experiência de cobertura política, falava à reportagem com uma mistura de ironia e mordacidade. “Conheço essas ‘peças’ desde a Constituinte”.
Boas ideias
Sugestões foram mesmo o ponto forte das votações da quarta edição do prêmio (leia mais sobre as edições anteriores) – que, aliás, traz aprimoramentos neste ano, definidos com a participação da diretoria do sindicato e de alguns jornalistas políticos.
Para começar, está sendo sugerido aos jornalistas votantes que levem em conta três critérios, na escolha dos congressistas: atuação parlamentar (participação em debates parlamentares, articulações políticas e à apresentação de projetos); idoneidade; e assiduidade, mormente em sessões deliberativas.
Os jornalistas também estão sendo estimulados a citar uma “boa iniciativa” do Congresso durante o ano de 2009 (um projeto aprovado, por qualquer uma das Casas legislativas, ou por ambas; uma comissão que tenha se destacado; uma ação, inclusive na área administrativa, digna de registro etc.). E, ainda, a citarem os nomes dos parlamentares que, no seu entender, mais se destacaram em três áreas específicas: defesa da educação, do meio ambiente e combate à corrupção.
Conhecedores de causa que são, os chamados setoristas têm sempre uma maneira pertinente de opinar. Sugeriram, entre outras coisas, que os temas e áreas de destaque sejam alternados a cada ano, de maneira a variar o leque de opções. Esta e outras ideias foram encaminhadas à organização do prêmio, que promete levá-las em conta nos próximos anos.
Fim de prazo
Mas a graça deu o tom das discussões em busca de uma escolha justa. A cada ideia considerada, nomes eram mencionados. “Vocês estão influenciando a escolha da moça”, interveio um repórter veterano, ao ver a colega que votava, confusa. Depois da interpelação, deu-se um bem-humorado e irônico debate sobre a inviolabilidade do voto – coisa que, inquestionavelmente, o prêmio assegura aos “eleitores”.
Esta terça-feira (29) será o segundo e último dia reservado à pré-seleção feita por jornalistas que cobrem o Congresso. Cada jornalista pode votar em até 15 deputados federais e dez senadores.
Todos os 25 deputados federais e dez senadores mais votados serão premiados. Mas os prêmios (troféus, placas ou certificados) dependerão da votação dos internautas, que será feita pelo Congresso em Foco entre 1º de outubro e 19 de novembro de 2009.
A cerimônia de premiação vai ser realizada em Brasília no dia 7 de dezembro.
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