Há uma semana o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP), tinha sido convidado para ser ministro da Cultura do governo Michel Temer, mas recusou o convite. Alegou que abria mão do cargo para possibilitar ao novo chefe do Executivo a reduzir o número de mistérios em uma reforma administrativa, necessária para contribuir com a redução da máquina pública. Freire estava satisfeito com a fusão da pasta para a qual foi convidada com a Educação que será ocupado pelo deputado Mendonça Filho (DEM-PE).
Mas nesta quinta-feira o presidente interino divulgou a lista dos seus ministros com um representante do PPS, deputado Raul Jungmann (PE), nomeado para o ministério da Defesa. “Estamos contemplados e honrados em participar do governo Temer”, disse hoje Roberto Freire. O presidente da legenda alega, agora, que quando abriu mão do ministério da Cultura não significava que outra pessoa da legenda convidada não pudesse aceitar.
Na quarta-feira (11) Freire concedeu entrevista gravada ao Congresso em Foco afirmando que a legenda defenderia a quebra de paradigma da política de que, para apoiar um governo, um partido teria que ser contemplado com cargos, principalmente ministérios. “Estava começando, por conta das pressões, legítimas, mas de qualquer forma preocupantes, de todos os partidos que apoiaram o impeachment, em querer participação em ministérios, com cargos. Isso é uma prática política que, evidentemente, devemos encerrar”, disse Freire na entrevista.
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O deputado tinha criticado a presidente afastada Dilma Rousseff por usar esta prática política de distribuir cargos a partidos aliados em troca de apoio. “Isso não ajuda as quem, imagino, mudar práticas e métodos no Brasil, em especial para um governo que vinha do impeachment da presidente Dilma que foi useira e vezeira nesse processo de toma lá dá cá nada republicano na formação do seu governo, com incontáveis ministérios vindo desde (o ex-presidente) Lula”. E acrescentou: “Precisávamos dizer a sociedade brasileira que isso não seria mais admitido”.
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