O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), disse nesta sexta-feira (25) que o partido vai convidar o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT), pré-candidato ao governo de São Paulo, para explicar a suspeita de manter relações com o doleiro Alberto Youssef e o laboratório Labogen, investigados na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Uma mensagem de celular do deputado André Vargas (PT-PR) para o doleiro menciona o nome de e o número de um ex-assessor do então ministro para dirigir a empresa, que a PF considera ser de Youssef. “Foi o Padilha que indicou”, afirma o deputado no torpedo.
Rubens Bueno diz que o partido vai trabalhar para que o ex-ministro seja convidado a depor na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara. O oposicionista afirma que o próprio ex-ministro já admitira, em outra ocasião, que tratou de negócios do Labogen a pedido de André Vargas.
“Nada mais justo do que o ex-ministro ter o espaço público da Câmara para se explicar”, disse Bueno. “Aliás, essa não é primeira suspeita de irregularidade envolvendo a sua gestão. Há a questão dos contratos da área de saúde indígena, investigados por vários órgãos. Seria uma honra receber Padilha e ouvir suas explicações”, ironizou.
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Relatório da Polícia Federal diz que o telefone citado na mensagem de Vargas é de Marcus Cezar Ferreira de Moura, nomeado em 2011 por Padilha para ser coordenador de promoção e eventos do Ministério da Saúde. Em nota à Folha de S.Paulo, o ex-ministro negou ter indicado o ex-assessor para dirigir o laboratório.
Controle
À época da mensagem de Vargas, o Labogen negociava a autorização no Ministério da Saúde para produzir um medicamento, negócio que lhe renderia R$ 31 milhões em cinco anos.
Segundo a PF, aparentemente Youssef buscava um profissional “que não levantasse suspeitas das autoridades fiscalizadoras”. Para Padilha, isso mostra que o doleiro estava preocupado com “filtros e mecanismos de controle” do ministério, criados pelo então ministro “justamente para evitar ações deste tipo”.
Petrobras
A Operação Lava Jato ainda prendeu o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ele e o doleiro Alberto Youssef foram denunciados à Justiça pelo Ministério Público Federal.
Para o Rubens Bueno, o ressurgimento do nome de Padilha na investigação da PF dá pistas de um temor do PT em torno da instalação de uma CPI da Petrobras. “Estamos vendo que, além da presidente Dilma, começam a aparecer vários candidatos do PT nessa trama que deu um prejuízo bilionário para a maior empresa do país. E parece que o esquema, que tudo indica funcionava com o objetivo de angariar dinheiro para campanhas, ultrapassou as fronteiras da Petrobras”, avalia.
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