O deputado Nárcio Rodrigues (PSDB-MG), que preside a sessão de hoje (8) no Congresso, anunciou há pouco o arquivamento da CPI do Corinthians, alegando que os autores do requerimento para abertura da comissão não haviam conseguido o número mínimo de assinaturas necessárias para a instalação.
O deputado Silvio Torres (PSDB-SP), um dos autores do requerimento pela abertura da CPI, conseguiu coletar apenas 168 assinaturas dos colegas, sendo que o necessário seria 171. Entre os senadores, seriam necessários 27 signatários (nesse caso, o número de assinaturas de adesão obtidas, 39, seria suficiente).
"É triste ver uma CPI morrendo ainda no nascedouro", lamentou Silvio Torres, que durante toda a manhã buscou novas assinaturas para a instalação da CPI.
O deputado criticou firmemente a atuação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no episódio (assista ao video). Para ele, o poder conferido a Ricardo Teixeira com a escolha do Brasil como país-sede da Copa de 2014 foi determinante para a retirada das assinaturas de apoio – o dirigente estaria pressionando governadores, sob a ameaça de excluí-los da disputa de ter jogos da Copa realizados em seus estados, a interceder junto a parlamentares de seus partidos a não apoiar a CPI. (leia mais)
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"O Congresso vai blindar por sete anos as pessoas que deveriam ser investigadas? Vamos ficar reféns do Ricardo Teixeira e da CBF até a Copa?", indignou-se o deputado, que apontou ainda a influência da instituição junto ao Parlamento. "É muito difícil lutar contra um grupo tão poderoso."
CPI no Senado
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) saiu em defesa de Silvio Torres, e manifestou seu descontentamento com a derrubada da CPI (assista ao video). "São acontecimentos como esse que deixam o Congresso enxovalhado", desabafou. O tucano também comentou a possibilidade de o Senado abrir uma comissão simples para investigar a parceria entre o clube paulista e a empresa MSI – que, segundo investigações em curso na Polícia Federal e no Ministério Público, teria infringido o sistema financeiro nacional.
"Existe a possibilidade, mas temos de analisar bem os fatos antes de tudo. Temos de ver se há disponibilidade dos senadores. Não queremos uma CPI para ser notícia, queremos fazer um trabalho fundamentado. Investigar expõe muito as pessoas, é complicado", disse Alvaro Dias ao Congresso em Foco. "Não descarto [uma CPI do Corinthians no Senado], mas não posso assumir esse compromisso precipitadamente."
Objetivo alcançado
Publicamente contrário à instalação da CPI, o deputado José Rocha (PR-BA) disse há pouco que não tinha motivos para comemorar o arquivamento da CPI, mas que, de certa forma, ficou feliz com o resultado. “Sou contra a CPI porque não é o momento adequado”, disse o parlamentar, que classificou o corpo-a-corpo pela não assinatura do requerimento com uma “dura batalha”.
Bom para o futebol brasileiro, acrescentou Rocha, “é ter uma legislação que dê estabilidade ao esporte, com dirigentes sérios que façam um trabalho competente para o futebol brasileiro”. (Fábio Góis)
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