Mário Coelho
O policial civil goiano Luís Henrique Ferreira, lotado na Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc) tem amplo conhecimento de instalação de grampos ambientais e telefônicos, além de monitoramento de pessoas. De acordo com informações repassadas pela Polícia Civil de Goiás (PCGO), ele é considerado um especialista em inteligência policial, sendo responsável por ações do tipo em investigações relacionadas a tráfico de drogas.
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Por determinação do secretário de Segurança Pública de Goiás, a corporação abriu uma investigação administrativa sobre o comportamento dos dois policiais. Além de Luís Henrique, foi detido também pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) o policial José Henrique Daris Cordeiro. Como a Denarc tem sede em Goiânia, o órgão quer saber o que eles faziam em Brasília, já que não tinham autorização para ir à capital do país fazer qualquer tipo de trabalho.
Porém, até o momento nenhum dos dois policiais foi ouvido pela Corregedoria. A investigação realizada pela Divisão Especial de Combate ao Crime Organizado (DECO) da polícia brasiliense não foi solicitada ainda. De acordo com o diretor de Comunicação da Polícia Civil de Goiáis, delegado Norton Luiz Ferreira, o órgão tem 30 dias para concluir o inquérito. “A conclusão, inclusive, pode ser a mesma que a polícia de Brasília tiver”, afirmou Ferreira ao site.
Ontem (9), Luís Henrique conversou informalmente com o diretor-geral da Polícia Civil goiana, Aredes Correia Pires. Ele negou que estivesse na Câmara Legislativa para grampear deputados distritais da oposição. Segundo o policial, ele e José Henrique tinham ido se encontrar com Francisco do Nascimento Monteiro, ex-servidor do gabinete de Benedito Domingos (PP). Os dois, segundo informações obtidas pelo site, são donos de uma empresa de vigilância.
A versão de Luís dada ao delegado chefe da PCGO é a mesma de Benedito Domingos. Ambos dizem que Francisco tinha uma dívida com a empresa por conta da instalação de câmeras de segurança em uma creche em São Sebastião. O ex-assessor mandou sustar o cheque, no valor de R$ 20 mil. Luís Henrique e José Henrique, então, tentavam receber o dinheiro no momento em que foram presos. O policial negou também ser dono de uma empresa de segurança. “Ele, como servidor público, não pode ter outro emprego. Caso comprovado, é grave”, disse o delegado Norton.
Junto com os dois, foram apreendidos material de escuta ambiental e um lap top. O site apurou que, dentro do computador, havia um relatório com informações sobre reuniões de deputados distritais. Também foi recolhido um contrato, no valor de R$ 300 mil, ainda não assinado e que seria o valor final do trabalho de grampo de parlamentares. Os principais alvos do grampo seriam deputados da oposição e os governistas Eliana Pedrosa (DEM) – para quem Francisco já trabalhou – e Raimundo Ribeiro (PSDB).
A abertura de inquérito pela Corregedoria foi motivada pela matéria publicada com exclusividade pelo Congresso em Foco na última sexta (5). O secretário de Segurança Pública do estado, Ernesto Roller, determinou que todos os fatos sejam apurados. “Eu soube do caso pela reportagem do Congresso em Foco. Determinei imediatamente que a Corregedoria investigue. Esse caso não pode ficar impune”, afirmou Roller.
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