Mário Coelho
O policial aposentado Marcelo Toledo, apontado como operador do mensalão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), ficou calado durante os 15 minutos em que esteve na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde deveria prestar depoimento. Convocado inicialmente como testemunha, Toledo usou nesta terça-feira (19) o habeas corpus concedido ontem pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que lhe dava o direito de não responder perguntas e até de mentir, além de reconhecer sua situação como investigado no caso.
Segundo depoimento do ex-secretário de Relações Institucionais do GDF Durval Barbosa ao Ministério Público Federal (MPF), Toledo recolhia dinheiro das empresas e era o portador das quantias destinadas ao vice-governador Paulo Octávio (DEM). Segundo seu advogado, Raul Livino, o policial aposentado deverá voltar a prestar depoimento em 30 dias. Livino destacou que ainda não tem conhecimento pleno da situação do seu cliente. Isso porque parte do inquérito está em um auto apartado, com informações sigilosas e que não foram distribuídas para as partes.
O advogado diz que, embora ainda não tenha tido acesso às peças do inquérito, entende que a situação de Marcelo Toledo é intermediária entre investigado e testemunha. No pedido de habeas corpus julgado ontem pelo STF, a defesa do policial já dizia que “a situação do paciente se acha no mínimo em uma zona cinzenta entre declarante e investigado”. “Assim que concluirmos toda a análise do inquérito, ele volta a depor”, disse Livino aos jornalistas na saída do prédio da PF.
Apesar de não ter analisado o caso completamente, o advogado adiantou que não descarta a possibilidade de o policial aposentado conseguir o benefício da delação premiada, por meio da qual poderia ter sua eventual pena reduzida. “Nada que seja útil à defesa é descartado”, afirmou. Para a tarde de hoje, está previsto o depoimento do ex-chefe de gabinete de Arruda, Fábio Simão.
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