Mário Coelho
Policiais do setor de Inteligência da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) não encontraram grampos nos quatro gabinetes da Câmara Legislativa vistoriados durante a varredura que começou na noite de ontem e terminou na madrugada desta quinta-feira (11). As salas dos deputados petistas Erika Kokay e Paulo Tadeu, Jaqueline Roriz (PMN) e Reguffe (PDT) estavam livres de arapongagem, segundo a Polícia Civil. O trabalho ainda não terminou. Falta inspecionar a presidência e a vice-presidência, além dos gabinetes dos 20 distritais restantes.
A varredura só foi encerrada na madrugada, após oito horas de inspeção. A demora na operação foi provocada pela dificuldade de recarregar na Câmara as baterias dos aparalhos de contraespionagem. Para vistoriar cada sala, os policiais levaram, em média, aproximadamente duas horas.
Depois da varredura, a Casa foi reaberta esta manhã. Uma nova data será definida entre a direção-geral da PCDF e a presidência da Câmara Legislativa.
A vistoria foi motivada pela prisão, na semana passada, de dois policiais civis de Goiás e um ex-servidor do gabinete do deputado Benedito Domingos (PP) enquanto tentavam instalar aparelhos de escuta próximos à sala da liderança do PT e dos gabinetes dos deputados Jaqueline Roriz e Erika Kokay. Divulgada com exclusividade pelo site, a notícia levou a Secretaria de Segurança Pública de Goiás a abrir um processo de investigação administrativo contra os dois policiais. Além disso, a Polícia Civil do DF, após negar a existência do caso, admitiu que os três foram detidos e prestaram depoimento na Divisão Especial de Combate ao Crime Organizado (DECO).
Na segunda-feira (8), distritais da oposição solicitaram formalmente ao diretor-geral da Polícia Civil, Pedro Cardoso, a realiazação da varredura na Casa. Na terça, deputados da oposição foram até o Ministério Público do DF (MPDF) para pedir providências sobre o caso. O procurador-geral do MPDF, Leonardo Bandarra, afirmou que o órgão já abriu uma investigação dentro do Núcleo de Combate às Organizações Criminosas (NCOC), mesma seção responsável pelo depoimento inicial do ex-secretário de Relações Institucionais do DF, Durval Barbosa, que fez as denúncias que revelaram o mensalão do governador José Roberto Arruda (sem partido).
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