O PMDB decidiu hoje (9), após reunião realizada no Congresso Nacional, que não terá candidato próprio à presidência da Câmara. O partido também decidiu, por 46 votos favoráveis, que apoiará o candidato do PT na sucessão da Casa, deputado Arlindo Chinaglia (SP).
Chinaglia recebeu 40 votos secretos, além de seis declarados: Nelson Trade (PMDB-MS), Luiz Bittencourt (PMDB-GO), Leandro Vilela (PMDB-GO), Pedro Chaves (PMDB-GO), Carlos Bezerra (PMDB-MT) e Edson Ezequiel (PMDB-RJ). Os seis parlamentares não compareceram à reunião, mas mandaram uma carta declarando voto favorável ao petista.
O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), atual presidente da Câmara, recebeu 11 votos favoráveis (todos secretos). Seis peemedebistas não manifestaram preferência por nenhum dos candidatos. E apenas um votou em branco.
A votação da bancada começou por volta de 17h30 e foi realizada por meio de uma cédula com os nomes dos candidatos.
"Decisão definidora"
Para os peemedebistas, apesar das ausências e dos 11 votos a favor de Aldo, o resultado político da votação é "altamente definidor", conforme interpretou o deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), que chegou a ser cotado entre os nomes fortes do partido para entrar na disputa. Geddel acredita que a decisão tomada hoje poderá "coesionar" a base. “Se tivesse unanimidade, não precisaria de uma reunião, mas ao final do encontro, 100% dos presentes optaram por Chinaglia, como constará na ata”, ressaltou.
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O presidente do partido, Michel Temer esclareceu que a opção por Chinaglia foi definida depois que o PT firmou o compromisso de apoiar um candidato do PMDB nas próximas eleições para a presidência da Casa, em 2009, caso os peemedebistas fizessem campanha por Chinaglia agora. "Tinha um compromisso firmado pelo então presidente do PT Marco Aurélio Garcia e pelo candidato Arlindo Chinaglia. Hoje o Berzoini, que reassumiu o partido, me mandou uma nova carta reafirmando o conteúdo daquele documento anterior. Então para violar esse compromisso eu acho complicado, acho difícil", afirmou Temer. "A bancada saiu unida e assim constará na ata da reunião", acrescentou o peemedebista.
A vitória de Chinaglia dentro do PMDB representa um “balde de água fria” na intenção de Aldo em ser reeleito. O PMDB conta com a maior bancada eleita, 90 deputados. Para a reunião dessa tarde, compareceram cerca de 60 deputados.
Ao saber da decisão do PMDB, Arlindo Chinaglia disse sentir-se honrado e mais fortalecido, mas não quis contar vitória. "Eu não seria presunçoso para dizer que agora tenho a maioria da Casa", disse. Ele agradeceu aos peemedebistas que desistiram de se candidatar e lembrou que na eleição passada retirou sua candidatura em favor de Aldo Rebelo. Ao ser questionado se este seria um recado para que o atual presidente da Câmara fizesse o mesmo a seu favor, Chinaglia desconversou: "Falei isso porque fiz referência aos pré-candidatos do PMDB".
A divisão continua
Em coletiva, Aldo Rebelo garantiu que não desistirá de sua candidatura por contar com o suporte de parte do PMDB e de outros partidos, tanto do governo, quanto da oposição. O atual presidente da Câmara tem o apoio de 17 governadores, entre eles os tucanos José Serra, governador de São Paulo, e Aécio Neves, governador de Minas Gerais.
O deputado ACM Neto (PFL-BA) acredita que ainda há muita coisa para acontecer. "O PMDB não tem a tradição de se posicionar de forma monolítica dentro da Casa". Para ele, é preciso aguardar, pois as últimas decisões da Câmara não mostrarão essa coesão do PMDB de que fala o presidente Michel Temer. "Existem vários partidos que vão opinar sobre suas preferências para a presidência da Câmara e só o tempo vai dizer qual dos candidatos vai conseguir levantar maioria e se viabilizar como futuro presidente, afirmou.
Na tarde de hoje (9), Aldo promoveu um almoço que contou com a participação de 32 deputados.
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