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Embora Dilma não anuncie oficialmente alguns nomes, interlocutores do Planalto dão como certa a ida de Joaquim Levy para a pasta da Fazenda, um dos mais importantes ministérios do governo. Com a recusa de Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, para chefiar a Fazenda – um nome que agradaria o mercado –, o ex-secretário do Tesouro Nacional (2003-2006), engenheiro naval com doutorado em Economia, passa de não cogitado, até a semana passada, para a condição de provável substituto de Guido Mantega.
Levy trabalhou durante cerca de sete anos no Fundo Monetário Internacional (FMI), entre 1992 e 1999, e atuou tanto no governo Fernando Henrique Cardoso – como secretário-adjunto de Política Econômica da Fazenda – quanto na gestão Lula, como economista-chefe do Planejamento e, em seguida, secretário do Tesouro. Atualmente, Levy é diretor-superintendente do Bradesco Asset Management, braço de gestão de recursos do banco.
Já para o comando do Planejamento, o nome apontado pelos interlocutores da presidenta é o ex-número dois do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa. Ex-secretário Executivo na gestão Mantega, Barbosa é também um nome que agrada ao mercado e, atualmente, atua como professor da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo. Ele substituiria a atual comandante da pasta, Miriam Belchior.
Dilma convidou Levy e Barbosa ontem (quinta, 20), em São Paulo, e ambos aceitaram, segunda a verão online do jornal Folha de S.Paulo. Mas a Secretaria Geral da Presidência da República informou, no final da tarde desta sexta-feira (21), que nenhuma troca de ministério seria anunciada hoje. A expectativa era de que os novos ministros fossem confirmados depois do fechamento da Bovespa, que fechou o dia com a mais elevada alta diária desde 9 de agosto de 2011.
Tombini e Kátia
No Banco Central, cujo posto de chefia ganhou status de ministro há cerca de dez anos, o mais provável é a permanência de Alexandre Tombini, atual titular da instituição financeira. Uma fonte do Palácio do Planalto com informações privilegiadas sobre a nova equipe econômica diz, segundo a Agência Reuters, que Dilma aprovou o trabalho de Tombini nesses quase quatro anos de primeiro mandato, e que tende a mantê-lo no cargo.
Segundo a Folha de S.Paulo, também é dada como certa a acomodação da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) no Ministério da Agricultura, no lugar do produtor rural Neri Geller, deputado federal licenciado do PMDB mato-grossense. Com a nomeação de Kátia, o ministério continua nas mãos do PMDB, que desde o primeiro mandato do ex-presidente Lula chefia a pasta – a bancada do partido na Câmara, no entanto, opõe-se à indicação de Kátia, por ser ela filiada há pouco tempo (ela integrou o PSD entre 2011 e 2013 e foi eleita ao Senado pelo DEM, em 2006). Além disso, a bancada reclama comando da Agricultura para a cota dos deputados.
Segundo o jornal paulista, Kátia foi convidada por Dilma na última quarta-feira (19), e aceitou a missão. Um dos símbolos do agronegócio brasileiro, ela é presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) desde 2008, e foi reeleita em 15 de outubro para mais três anos à frente da entidade.