Na denúncia formalizada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Meurer e seus filhos Nelson Meurer Júnior e Cristiano Augusto Meurer são acusados pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Para a PGR, o deputado compõe a cúpula do PP que, durante todo o processo de pilhagem da Petrobras, deram suporte político para que Costa se mantivesse como diretor da estatal e, nessa condição, continuasse a viabilizar o esquema de corrupção.
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Segundo Janot, R$ 62 milhões foram pagos ao PP por meio de contratos fictícios com construtoras, em processo operado pelo doleiro Alberto Youssef, um dos delatores da Operação Lava Jato. O negócio beneficiou, segundo a PGR, um grupo fechado de corporações – cartel apelidado de “clube das empreiteiras” – que movimentaram “um verdadeiro caixa de propinas do PP”, ainda segundo a PGR, administrado por Youssef.
A PGR acusa Nelson Meurer de ter solicitado e recebido R$ 29 milhões das negociatas, em 99 pagamentos de R$ 300 mil mensais, além de R$ 4,5 milhões em repasses que lhe serviram para custear, em 2010, sua campanha de reeleição para a Câmara. No ofício de denúncia, Janot pede ressarcimento de R$ 714 milhões – o dobro do montante desviado, no qual metade seria reposição por danos relativos aos crimes cometidos.
O PP foi o partido responsável pela indicação de Costa à diretoria de Abastecimento da Petrobras. É também a legenda como mais representantes investigados na lista que Janot encaminhou ao STF em 6 de março: com 40 deputados, a sigla tem 18 deles como alvo de inquérito na corte. Além deles, três dos cinco senadores do PP são investigados pelo Supremo, entre eles o próprio presidente nacional da sigla, Ciro Nogueira (PI).
Negação
O PP não fez comentários diretos sobre a formalização de denúncia de Meurer no STF ou sobre a atuação de seus representantes. Por meio de nota, o PT se limita a dizer que “não admite a prática de atos ilícitos e confia na Justiça para que os fatos sejam esclarecidos”.
Por sua vez, Meurer tem evitado declarações sobre o assunto. Neste material publicado pelo Congresso em Foco quatro dias depois da inclusão de seu nome entre os investigados no STF, o deputado é um dos poucos que não registram resposta sobre o assunto. Sua defesa diz que estudará a denúncia mais detidamente para depois se posicionar adequadamente.
Por fim, a defesa de Paulo Roberto Costa, que já foi condenado a sete anos e seis meses de prisão pelo juiz federal Sérgio Moro, nega os valores estimados pela PGR, diz que seu cliente não os recebeu e que já falou o suficiente em sua delação premiada.
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