Mário Coelho
A procuradoria Geral da República (PGR) pediu a prorrogação por mais 30 dias das investigações relacionadas ao inquérito 650DF, que corre no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O pedido, assinado pela subprocuradora-geral Raquel Dodge, quer mais tempo para que a Polícia Federal promova novas diligências e colha depoimentos nesse período. Protocolado em 12 de março, a requisição de mais tempo só foi divulgada hoje pela PGR.
De acordo com nota publicada no site da instituição, a subprocuradora afirmou que a prorrogação do prazo se justifica “pois os fatos são complexos e são muitos os agentes envolvidos”. A integrante do Ministério Público disse também que existem pendências na realização de perícias solicitadas, de depoimento de testemunhas “e de outras diligências investigatórias essenciais para reunir indícios de materialidade e de autoria das infrações já apontadas, inclusive sobre os documentos e dados eletrônicos apreendidos nas buscas e apreensões realizadas em fevereiro e março de 2010”.
O pedido da subprocuradora será analisado pelo ministro Fernando Gonçalves, relator do inquérito. A Caixa de Pandora revelou um esquema de propina envolvendo membros do Executivo e do Legislativo local. A partir da delação premiada do ex-secretário de Relações Institucionais do GDF, Durval Barbosa, Polícia Federal e Ministério Público passaram a investigar deputados distritais, secretários de Estado e até o governador José Roberto Arruda.
Com o desdobramento das investigações, foi revelado que as empresas fornecedoras de dinheiro para o esquema eram beneficiadas com contratos vultuosos no governo, boa parte deles com dispensa de licitação. Além disso, as verbas eram divididas entre os parlamentares, no que ficou conhecido como mensalão do Arruda, para votar favoravelmente projetos de interesse do governo. Segundo depoimento de Durval Barbosa, cada distrital da base recebeu R$ 420 mil para aprovar o Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) do DF.
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