A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, divergiu da Polícia Federal e não solicitou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do presidente da República Michel Temer, informa O Globo. Raquel alegou que não viu elementos necessários para a medida. Temer é suspeito de ter recebido propina de empresa portuária, a Rodrimar, em troca de um decreto que alterou normas do setor.
A Polícia Federal queria o acesso aos dados bancários e fiscais de Temer para detectar se houve movimentações financeiras suspeitas que pudessem indicar pagamentos ilegais ao presidente. Mas a Procuradoria Geral da República preferiu não incluir Temer entre os alvos de seu pedido de quebra de sigilo.
Optou por solicitar medidas contra o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (MDB-PR), o coronel João Baptista Lima, acusado de intermediar o negócio, e as empresas Argeplan, pertencente ao militar e amigo do presidente, e a Rodrimar, concessionária de áreas no porto de Santos que tentou influenciar a edição do decreto.
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Depois do pedido de Raquel, a PF solicitou a inclusão dos dados bancários e fiscais do presidente. Relator do caso, o ministro Luis Roberto Barroso pediu à PGR que se manifestasse novamente a respeito da posição dos policiais federais. Na última sexta-feira, a procuradora-geral devolveu os autos confirmando sua disposição de não cobrar informações sobre o presidente.
Raquel também pediu ao STF que o diretor-geral da PF, Fernando Segovia, seja proibido de comentar o inquérito. Em entrevista à agência Reuters, há duas semanas, ele declarou que não há indícios de corrupção contra o presidente e que a indicação era de arquivamento do caso.
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