De acordo com o ministro Teori Zavascki, do STF, que decretou a prisão de Delcídio, a mesada seria repassada à família do ex-diretor da estatal por meio de um contrato fictício a ser celebrado entre o advogado Edson Ribeiro, que defendia Cerveró, e o BTG Pactual, do banqueiro André Esteves. Os dois também foram presos esta manhã, assim como o senador e seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira.
Leia também
Como prova, a PGR anexou gravações feitas por Bernardo Cerveró, filho de Nestor, em reuniões realizadas nos dias 4 e 19 de novembro, quando se encontrou com o parlamentar e o banqueiro.
Ainda de acordo com o ministro, Delcídio prometeu usar de influência para ajudar o ex-diretor em julgamentos no Supremo. Entre outras coisas, o senador disse que intercederia com o próprio Teori, relator da Lava Jato no STF, e o ministro Dias Toffoli, presidente da 2ª Turma, e que marcaria conversa com outro ministro, Edson Fachin. Afirmou, ainda, que pediria ajuda ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e ao vice-presidente, Michel Temer (PMDB) para falar com o ministro Gilmar Mendes.
“O presente caso apresenta linha de muito maior gravidade. O parlamentar não está praticando crimes qualquer, está atentando contra a própria jurisdição do Supremo Tribunal Federal”, criticou Teori.
De acordo com a PGR, Delcídio e Esteves tentaram tiveram “atuação concreta e intensa” para “embaraçar as investigações”, na tentativa de impedir a delação premiada de Cerveró.
No áudio, o senador sugere uma rota de fuga para o ex-diretor da Petrobras: seguir de carro até o Paraguai e, de lá, para a Espanha em um jatinho que não precisasse fazer escala. Cerveró, que está preso desde o início do ano, também tem cidadania espanhola.
Deixe um comentário