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A Executiva Nacional do PFL decidiu expulsar ontem à tarde o deputado João Batista (SP) do partido, preso na manhã de segunda-feira pela Polícia Federal quando embarcava, rumo a São Paulo, com sete malas cheias de dinheiro. A quantia, segundo a PF, ultrapassa os R$ 10,2 milhões. Os 19 membros da Executiva, inclusive os líderes do partido na Câmara e no Senado, votaram a favor da desfiliação. O senador Romeu Tuma (SP) sugeriu ao deputado que ele se afastasse, mas não obteve resposta até a manhã de ontem. Publicidade
O episódio foi um argumento a mais para expulsar João Batista, que ainda pode recorrer da decisão. Mas, segundo a liderança do PFL na Câmara, ele ainda não manifestou desejo de voltar à legenda. De acordo com o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), apesar das explicações do deputado, a executiva considera que transportar dinheiro não é função de parlamentar. “Ele contrariou os princípios básicos inerentes à atividade parlamentar e partidária. Os atos praticados não são compatíveis com as ações políticas do PFL”, afirmou Bornhausen. Publicidade
Leia também O deputado afirmou que os recursos foram arrecadados no último sábado (9), durante as comemorações dos 28 anos da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), e provem de doações dos fiéis. João Batista, além de bispo, responde como presidente da entidade. As notas apreendidas estão na Superintendência da PF e os agentes suspeitam de lavagem de dinheiro. O montante estava em notas de R$ 5, de R$10, de R$ 20, de R$100 e, principalmente, de R$ 50. Batista argumentou que os bancos não recebem grandes quantias em notas pequenas e por isso transportava o dinheiro. Mas, na avaliação do PFL, se o deputado não quisesse levantar suspeitas, deveria ter contratado uma empresa especializada em transporte de valores. Não é a primeira vez que o deputado se envolve com a justiça. Ele responde, junto com o senador Marcelo Crivella (PL-SP), a um processo no Supremo Tribunal Federal (STF) por falsidade ideológica e crime contra a fé pública. O líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), encaminhou o caso à Corregedoria da Casa, mas disse que não vai remetê-lo ao Conselho de Ética. “A princípio não à irregularidade no ato. Por isso, não posso pré-julgar o deputado” afirmou. O presidente da Corregedoria, deputado Ciro Nogueira (PP-PE), disse que vai convocar João Batista para depor. |
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