Em conversa telefônica gravada pela Polícia Federal, Genival Inácio da Silva, irmão do presidente Lula, aparece prometendo interceder no Ministério da Justiça para obter a transferência de um policial federal de São Borja (RS) para São Paulo.
Vavá, como é conhecido, recebeu uma ligação no dia 31 de maio de um investigador de polícia identificado como Gildo, que pede ajuda para transferir seu filho. "Faz um documento pedindo, eu entrego para o ministro da Justiça", disse Vavá, informa a Folha de S. Paulo. “Gildo diz: ‘Para ele ou para a dona Marisa [mulher de Lula]’. Vavá diz que Marisa não.”
De acordo com a PF, Vavá também prometia fazer lobby nos Correios. Em maio, o irmão do presidente ligou para Rinaldo, funcionário do Banco do Brasil, que perguntou: "E aquele negócio dos Correios?". Vavá respondeu: "Ah, eu ia lá hoje combinar com o cara, mas não fui, mas vai sair". A Polícia Federal acredita que os pedidos não chegaram a ser atendidos.
Grampos telefônicos feitos pela Polícia Federal durante a Operação Xeque-Mate mostram que Vavá usou o nome do presidente da República para obter dinheiro do empresário de bingos e ex-deputado estadual Nilton Cezar Servo, preso pela PF. Segundo as investigações, Lula não tinha conhecimento do uso de seu nome no caso (leia mais).
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O irmão do presidente foi indiciado por tráfico de influência e exploração de prestígio, e só não foi preso porque a Justiça negou o pedido de prisão feito pela PF. (Edson Sardinha)
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