A Polícia Federal deve pedir hoje ao juiz da 2ª Vara Federal de Cuiabá, Jeferson Schneider, mais tempo para concluir a investigação sobre o envolvimento do empresário Abel Pereira com a máfia dos sanguessugas.
O relatório deveria ser entregue nesta terça-feira, mas a polícia alega que não conseguiu concluir o caso por não ter reunido, ainda, os dados sobre a movimentação bancária do empresário.
Abel é acusado pelos empresários Luiz Antonio e Darci Vedoin de cobrar propina para liberar verbas no Ministério da Saúde em 2002 na gestão de Barjas Negri (PSDB), atual prefeito de Piracicaba (SP).
Segundo eles, Abel disse que tinha trânsito com Barjas Negri para conseguir a liberação de verbas. Barjas nega. Darci disse que a acusação contra Abel fazia parte do dossiê antitucano.
Darci e Luiz Antonio sustentam que parte do dinheiro da propina foi depositada na conta de duas empresas de Governador Valadares e Ipatinga (MG), que movimentaram mais de R$ 200 milhões de agosto de 2001 a novembro de 2003. Para o Ministério Público Federal (MPF), a operação indica lavagem de dinheiro.
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A CPI dos Sanguessugas decidiu pedir ao Ministério Público o indiciamento do empresário paulista. Os advogados de Abel dizem que o empresário não tem ligação com as empresas e nunca recebeu propina.
PF descobre esquema de contra-informação no Rio
A Polícia Federal descobriu que um delegado e um agente lotados na superintendência da PF no Rio de Janeiro estavam repassando informações sigilosas para uma das duas facções criminosas investigadas na Operação Gladiador. De acordo com a reportagem do Correio Braziliense, os dois chegaram a ameaçar desafetos do ex-policial federal Paulo Cezar do Nascimento, dono de máquinas de videojogo que ficavam em duas casas de bingo do Rio, o Municipal e o Scala.
A Operação Gladiador apura o envolvimento de policiais civis, militares e soldados do Corpo de Bombeiros com a máfia dos caça-níqueis. Os dois policiais que faziam parte do esquema de contra-informação sofrerão inquérito disciplinar para apurar o envolvimento deles com as quadrilhas que controlam o jogo no Rio de Janeiro e com o ex-policial Paulo Cezar do Nascimento, também conhecido como Paulo Padilha. Caso as suspeitas sejam confirmadas, os dois poderão ser expulsos da corporação.
Entre as provas juntadas pela PF está um telefonema de Paulo Padilha para o delegado suspeito. De acordo com as investigações, Padilha usava os dois policiais para ameaçar donos de estabelecimentos que agiam contra seus interesses, dizendo que se não fizessem o que ele pedia, usaria aparato policial para fechar o estabelecimento.
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