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O documento foi enviado à 2ª Vara Federal do Amazonas e serviu de base para a PF deflagrar a Operação La Muralla, que cumpriu 127 mandados de prisão e resultou em denúncias por tráfico de drogas e armas, assassinatos e torturas. A Polícia Federal é subordinada ao Ministério da Justiça, hoje comandado pelo ministro Alexandre de Moraes, que ontem criticou o governo do Amazonas por ter conhecimento da possibilidade de haver uma rebelião e fuga durante as festas de fim de ano, mas não ter avisado o governo federal. “Não foi solicitado nenhum auxílio, seja da Força Nacional, seja de qualquer outro mecanismo”, declarou.
O delegado Rafael Machado, que atuou na Operação La Muralla, disse ao Globo que algumas lideranças foram transferidas naquela ocasião para presídios federais ou permaneceram no Amazonas cumprindo penas em regime disciplinar diferenciado (RDD). Mas alguns voltaram à capital amazonense e outros deixaram de cumprir o RDD, que é um regime de normas mais rígidas. “Por que nada foi feito? Eu não sei. Eu não gostaria de falar sobre as responsabilidades de outras instituições”, afirmou ao repórter Antônio Werneck.
Segundo a reportagem, o secretário de Administração Penitenciária do Amazonas, Pedro Florêncio, negou saber da existência do relatório da PF. Ontem, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, declarou que o governo amazonense sabia que detentos planejavam uma fuga entre o Natal e o Ano Novo, reforçou o monitoramento no presídio, mas não solicitou ajuda. O governo estadual reconheceu que houve falha.
“Não tinha nenhum santo. Eram estupradores, matadores e pessoas ligadas a outra facção, que é minoria aqui no Estado do Amazonas. Ontem, como medida de segurança, nós retiramos todos (os ameaçados) quem ainda restavam e segregamos a outro presídio para evitar que continuasse acontecendo o pior”, afirmou o governador à rádio CBN.
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