Lúcio Lambranho
A Polícia Federal (PF) de São Paulo prendeu nesta quarta-feira (25), quatro diretores e duas secretárias da construtura Camargo Corrêa em São Paulo.
Também foram presos quatro doleiros com operações na capital paulista na operação batizada pelos federais como Castelo de Areia. Segundo a PF, os 10 mandados de prisão e outros seis de de busca e apreensão em São Paulo e no Rio de Janeiro serviriam para desarticular uma quadrilha que praticava crimes financeiros e lavagem de dinheiro supostamente articulados por funcionários da construtora.
Segundo a agência Estado, as investigações teriam revelado que a suposta quadrilha movimentava dinheiro com origem ilícita por meio de empresas de fachada e operações conhecidas como “dólar-cabo”. O dólar-cabo (ou euro-cabo) é um crime financeiro em que é feita a cotação ou venda de moeda estrangeira fora dos sistemas de conversão autorizados pelo Banco Central.
As investigações também apontam que o esquema teria ligações políticas e eleitorais. Nas eleições de 2008, a construtora foi a maior doadora individual das eleições para prefeito. Pelos registro do TSE, a emprea doou R$ 3 milhões para a campanha do prefeito reeleito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM). O valor corresponde a 10% do total do que o partido arrecadou em 2008.
Em nota, a Camargo Corrêa manifestou sua “perplexidade” diante dos acontecimentos. A PF concede entrevista coletiva à imprensa na Superintendência da PF em São Paulo, às 15:30h.
Leia a abaixo a íntegra da nota da empresa:
“A Camargo Corrêa vem a público manifestar sua perplexidade diante dos fatos ocorridos hoje pela manhã, quando a sua sede em São Paulo foi invadida e isolada pela Polícia Federal, cumprindo mandado da Justiça. Até o momento a empresa não teve acesso ao teor do processo que autoriza essa ação.
A Camargo Corrêa ressalta que cumpre rigorosamente com todas as suas obrigações legais, gerando mais de 60 mil empregos no Brasil e em 20 países em que atua. Em 2008, o Grupo faturou cerca de R$ 16 bilhões, gerando riqueza ao País e às comunidades em que suas empresas estão inseridas.
O Grupo reafirma que confia em seus diretores e funcionários e que repudia a forma como foi constituída a ação, atingindo e constrangendo a comunidade Camargo Corrêa e trazendo incalculáveis prejuízos à imagem de suas empresas.”
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