Apontado pelos sócios da Planam como o elo entre a máfia das ambulâncias e o PSDB, o empresário Abel Pereira deve negar hoje à Polícia Federal em Mato Grosso que tenha atuado como lobista da quadrilha dentro do Ministério da Saúde na gestão Barjas Negri, em 2002, no governo FHC. Em depoimento à Justiça Federal, semana passada, Darci Vedoin e Ronildo Medeiros confirmaram que o empreiteiro recebia comissão para facilitar a liberação de emendas em Brasília.
Abel concentra seus negócios em Piracicaba (SP), cidade administrada atualmente por Barjas Negri, de quem é amigo há três décadas. No inquérito, a PF anexou cópias de 15 cheques que somam R$ 601 mil, valor que teria sido depositado em favor do empresário como propina. O dinheiro seria para apressar a liberação de recursos do Ministério da Saúde. Esses documentos foram entregues há três semanas à PF por Expedito Afonso Veloso, ex-diretor de análise de risco do Banco do Brasil e acusado de participar da negociação do dossiê contra tucanos.
Rastreamento bancário indica que os cheques para Abel foram emitidos pela Klass Comércio e Representação Ltda., empresa do Grupo Planam, carro-chefe da máfia das ambulâncias. A gestão Barjas Negri na Saúde liberou dinheiro para a compra de 681 ambulâncias da Planam. Abel teria embolsado o equivalente a 6,5% do montante total. Abel nega todas as acusações e as classifica como invenções.
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