Fábio Góis
A Polícia Federal indiciou nesta segunda-feira (10) o ex-diretor de Recursos Humanos do Senado João Carlos Zoghbi pelos crimes de formação de quadrilha, inserção de dados falsos em sistema de informação e concussão (vantagem indevida). Apontado como um dos responsáveis pela emissão de atos administrativos secretos, Zoghbi é acusado, entre outros desmandos, de irregularidades em contratos de crédito consignado na Casa.
Na manhã de hoje, Zoghbi chegou acompanhado de dois advogados à sede da PF em Brasília, onde prestou depoimentos por cerca de três horas. O ex-diretor saiu de lá indiciado pelos três crimes – cujas penas, juntas, podem representar 23 anos de detenção para Zoghbi.
A decisão da PF acompanha a orientação do Ministério Público Federal (MPF), que passou a acompanhar as investigações então em curso na Polícia Legislativa do Senado. No início de julho, o inquérito passou a ser conduzido pela PF, depois de o MPF ter negado o pedido feito pela polícia legislativa de prorrogar o prazo para a conclusão dos trabalhos.
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A PF estima que os trabalhos de investigação devem ser concluídos ainda neste mês. Cinco pessoas ainda devem ser indiciadas no inquérito, segundo a PF, por terem participado como sócias de empresas que operavam ilegalmente empréstimo consignado no Senado.
Afastado da Secretaria dos Direitos Humanos em março, Zoghbi passou a figurar no noticiário nacional depois da descoberta de que intermediava, por meio de propina, as operações de crédito consignado no Senado. Segundo reportagem da revista Época publicada em 25 de abril, Zoghbi “acumulou poder, patrimônio (…), assim como muitos desvios éticos e irregularidades” durante os quase dez anos em que comandou um quadro de cerca de dez mil funcionários.
A reportagem mostra que Zoghbi participava de esquema de empresas de fachada, e teria posto a ex-babá de seus filhos – uma senhora de 83 anos – como sócia majoritária em três empresas que teriam lucrado R$ 3 milhões em um ano e meio.
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