A Polícia Federal indiciou nesta quinta-feira o empresário Ênio Gomes Fontenelle, dono da consultoria Fence, por falsidade ideológica e falsa comunicação. Há duas semanas, a empresa dele acusou a existência de grampos em telefones de três ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O Instituto Nacional de Criminalística realizou perícia nas linhas e não encontrou vestígios de violação.
O empresário admitiu hoje, durante uma acareação com o diretor-geral do TSE, Athayde Fontoura Filho, que pode ter errado na conclusão do relatório que levantou a suspeita dos grampos. A PF entendeu que o diretor-geral e o presidente do tribunal, Marco Aurélio Mello, foram levados ao erro pela empresa quando anunciaram que as linhas haviam sido violadas.
Embora o Instituto de Criminalística não tenha encontrado grampos durante a perícia, a PF não descartou que eles possam ter existido. O presidente do TSE ironizou a conclusão dos agentes. "Então vamos continuar no mundo do faz-de-conta. Faz-de-conta que não houve grampo. Deve ser um instituto desconhecido no Brasil, o grampo", disse Marco Aurélio.
A PF afirmou que era impossível realizar uma escuta nos telefones apontados pela Fence. Os agentes sustentam que pode ter havido má-fé do empresário, já que ele atende os tribunais há vários anos e a chance de erro é pequena.
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A Fence também estaria envolvida em escutas telefônicas realizadas em 2002 para monitorar a campanha do então candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes. A PF não deu informações sobre este caso. (Diego Moraes)
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