A Polícia Federal entregou hoje à Justiça Federal no Mato Grosso um relatório parcial sobre o inquérito que apura a tentativa de compra, por pessoas ligadas ao PT, de um dossiê que vincularia os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin com a máfia das ambulâncias. O delegado responsável pelo caso, Diógenes Curado, conclui no documento que Jorge Lorenzetti, ex-integrante da campanha presidencial petista, arquitetou a operação.
A CPI dos Sanguessugas, que também investiga o caso, recebeu uma cópia do relatório. O texto afirma que Lorenzetti, conhecido como o churrasqueiro pessoal do presidente Lula, organizou a arrecadação dos R$ 1,7 milhão – parte em dólares – que seriam usados para comprar os documentos.
O dinheiro foi apreendido pela PF no último dia 15 de setembro com o advogado Gedimar Passos e o petista Valdebran Padilha, em um hotel da capital paulista. Os dois aguardavam a chegada de um tio do empresário Luiz Antonio Vedoin, operador da máfia das ambulâncias, que entregaria o dossiê. Ele foi detido, também no dia 15, no aeroporto de Cuiabá, quando embarcava rumo a São Paulo.
O delegado reiterou a versão de que parte dos recursos veio de bancas do jogo do bicho. Ele informou ainda que está próximo de descobrir a origem dos US$ 248,8 mil que compõem o bolo apreendido pela PF. Curado, porém, solicitou a prorrogação do inquérito por mais 30 dias para apurar a origem de todos os recursos.
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No relatório, o delegado afirma ser “difícil acreditar” que o ex-assessor da campanha de Aloízio Mercadante ao governo paulista, Hamilton Lacerda, não tenha levado o dinheiro para Gedimar e Valdebran. Lacerda foi flagrado pelas câmeras de vigilância interna do hotel com malas. Ele afirmou que transportava apenas documentos e um computador. Lacerda foi afastado da campanha petista assim que seu nome foi vinculado ao escândalo.
O relatório não cita o ex-assessor especial da Presidência Freud Godoy. O delegado afirmou que não conseguiu reunir indícios que apontem o envolvimento dele no episódio. O nome Freud foi citado no escândalo por Gedimar. Em depoimento à PF, ele afirmou ter recebido os recursos de uma pessoa chamada “Freud ou Froud”. Na semana passada, porém, ele voltou atrás nas declarações e isentou o ex-assessor.
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