A Polícia Federal informou nessa terça-feira (26) que já sabe de qual banco saíram os dólares utilizados por petistas para comprar um dossiê contra políticos do PSDB. Os US$ 248 mil saíram de Miami e seguiram para uma instituição financeira em São Paulo. A PF não revelou o nome do banco.
A PF prendeu os petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha com US$ 248 mil, além de R$ 1,168 milhão. O dinheiro seria utilizado na compra de um dossiê que indicaria a ligação dos tucanos José Serra e Geraldo Alckmin com a máfia dos sanguessugas.
De acordo com a PF, a hipótese de que o dinheiro entrou ilegalmente no Brasil está praticamente descartada, pois os dólares passaram por uma instituição financeira. Isso não quer dizer, ressalta a Polícia Federal, que os dólares tenham origem legal. O inquérito do caso da máfia dos sanguessugas, comandado pelo delegado Diógenes Curado e pelo procurador da República Mário Lúcio Avelar, investiga se o dinheiro provém de atividades lícitas ou é fruto de corrupção, de desvio de dinheiro público ou de caixa dois.
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Se houve avanço na identificação da origem dos dólares, o mesmo não se pode dizer em relação às contas das quais os reais foram sacados. A Polícia Federal só tem pistas sobre a parcela em reais referente a R$ 25 mil. Desse montante, R$ 5.000 vêm de uma agência do Safra, outros R$ 5.000 da agência Lapa do BankBoston e outros R$ 15 mil do Bradesco na Barra Funda, em São Paulo. Esses bancos que não participaram da operação internacional.
A PF pediu a quebra do sigilo bancário das agências para tentar chegar a eventuais correntistas considerados suspeitos. Anteontem, o Coaf informou não ter encontrado registros de comunicações de operações relacionadas aos envolvidos na negociação para a compra do dossiê.
Ex-diretor do BB pode ter violado sigilo de Vedoin
O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), sub-relator da CPI dos Sanguessugas, afirmou que o economista Expedito Afonso Veloso, ex-diretor de Gestão e Risco do Banco do Brasil (BB), violou o sigilo bancário do empresário Luiz Antonio Vedoin, dono da Planam.
"Ele quebrou o sigilo e devia estar preso", disse. Nessa segunda-feira (25), a Procuradoria da República anunciou que investigará a conduta de Veloso para saber se ele teve acesso a dados bancários de Vedoin.
Segundo a Procuradoria, o ex-diretor pode também ter violado os dados da conta do empresário Abel Pereira, suspeito de ser um dos intermediários de um esquema de corrupção que envolveria o ex-ministro da Saúde Barjas Negri.
A direção do BB afastou Expedito do cargo de confiança e abriu sindicância para apurar seu envolvimento no caso.
Para Biscaia, dossiê compromete ex-ministro
Depois de analisar o dossiê contra os tucanos, o presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), afirmou nessa terça-feira (26) que há elementos suficientes para iniciar uma investigação sobre a suposta relação do ex-ministro da Saúde Barjas Negri e do empresário Abel Pereira com a máfia das ambulâncias. Entretanto, Biscaia ressaltou que não observou nada na documentação que justificasse uma ação do PT para comprá-la, e ainda mais por R$ 1,7 milhão.
PF irá apurar envolvimento de Abel Pereira
A Polícia Federal (PF) de Cuiabá instaurou nessa terça-feira (26) inquérito para apurar o envolvimento do empresário Abel Pereira no caso da compra de dossiê contra o candidato ao governo de São Paulo José Serra (PSDB).
Além disso, será investigada a participação de Abel na máfia das ambulâncias. Segundo entrevista concedida à revista Istoé, Luiz Antônio Trevisan Vedoin, um dos donos da Planam, o empresário era operador do esquema dos sanguessugas durante a gestão do ex-ministro da Saúde Barjas Negri (sucessor de Serra e braço direito do tucano quando estava à frente da pasta).
De acordo com a PF, Abel terá um processo à parte por ter sido citado nos depoimentos dos principais personagens da investigação em curso.
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