A Polícia Federal realiza na manhã desta quinta-feira (2) mandado de prisão preventiva contra o agente fazendário Ary Ferreira da Costa Filho, da Receita Estadual, e outros 10 mandados de busca e apreensão em endereços diferentes de Ary. A ação de hoje foi denominada Operação Mascate, um desdobramento da Operação Calicute que investiga esquema de lavagem de dinheiro no estado Rio de Janeiro, braço da Operação Lava Jato no Estado.
O assessor é considerado um dos operadores financeiros mais importante da quadrilha ligada ao ex-governador Sérgio Cabral, com quem tem vínculos desde 1980. Em 1996, de acordo com as investigações, o assessor começou a trabalhar em cargos comissionados no gabinete do então governador. Em dezembro, na primeira denúncia da Calicute, Ary pediu exoneração do cargo de assessor especial do gabinete do governador Luiz Fernando Pezão. As investigações apontam para a lavagem de ao menos R$ 10 milhões em diversas operações ao longo de oito anos.
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Os mandatos foram autorizados pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal. As investigações apontam que Ary Ferreira da Costa Silva, no esquema de corrupção, era quem entregava o dinheiro a falsas consultorias. Cabral cobrava 5% de propina de todos os contratos assinados com o governo do estado e o secretário Wilson Carlos intermediava o pedido. Com o dinheiro em mãos, Ari criava esquema de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.
Uma parte do dinheiro era passada para a concessionária de veículos, que contratava serviços de consultoria de Carlos Miranda – outro operador de Sérgio Cabral. Ary, por sua vez, usava uma imobiliária para ocultar parte do seu dinheiro e do patrimônio. Uma parte do dinheiro também era entregue a Adriano Reis, dono de uma das concessionárias e atuante na imobiliária. Adriano comprava em nome da própria imobiliária casas e carros de luxo. Esses eram para ocultar o dinheiro de Ari da Costa. Adriano foi o delator do esquema. Ary comandava também um esquema de perdão de multas por sonegação de ICMS.
Sérgio Cabral foi preso no dia 17 de novembro de 2016. O ex-governador já tem três pedidos de prisão expedido contra ele, um deles na operação Eficiência, que também teve Eike Batista como alvo, na última quinta-feira (26).
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