O Ministério Público Federal deve encaminhar em breve à Procuradoria Geral da República documentos e escutas telefônicas que envolvem o governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), e o deputado federal Sebastião Bala Rocha (PDT-AP) em um esquema de fraudes em licitação para a compra de medicamentos. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, escutas realizadas pela Polícia Federal levam a crer que Góes teria recebido doações de campanha irregulares e Bala Rocha, facilitado o desvio de verbas públicas.
As suspeitas sobre o governador e o deputado surgiram a partir de conversas telefônicas gravadas pela Polícia Federal durante as investigações que resultaram na Operação Antídoto. A PF prendeu 25 pessoas, entre elas dois ex-secretários de Saúde do Amapá e um sobrinho de Waldez Góes, por acusações de participação em um esquema de superfaturamento de medicamentos vendidos às secretarias de Saúde do Amapá, do Pará e o Ceará.
De acordo com a Polícia Federal, as empresas suspeitas participavam das concorrências estaduais para o fornecimento de remédios e, oferecendo um preço muito abaixo do praticado no mercado, venciam as licitações. Com o contrato assegurado, ganhavam dos governos o dinheiro correspondente aos produtos, mas entregavam cerca de 60% do combinado. O prejuízo aos cofres públicos atingiria R$ 20 milhões.
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Uma dessas empresas é a Globo Distribuidora Ltda., que doou pelo menos R$ 50 mil à campanha do governador Waldez Góes. "O que apareceu nas fitas e que deve ser investigado é a questão do financiamento da campanha do governador, que pode ter sido legal ou não", disse à Folha o procurador-chefe da República no Estado, Rodrigo Santos.
O deputado Sebastião Bala Rocha foi secretário da Saúde do Amapá de 2003 a 2004 e é acusado de receber dinheiro para facilitar a liberação do pagamento dos medicamentos. (Carol Ferrare)
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