Simão Zanardi, presidente do Sindicato dos Petroleiros de Duque de Caxias, estima que o desenvestimento anunciado semana passada desempregará cerca de 600 mil pessoas até meados de 2015. Se a meta da venda de bens for cumprida, a estimativa dele é que 1,5 milhão de trabalhadores diretos e indiretos da companhia ficarão sem emprego. “A Petrobras investe cerca de R$ 300 milhões por dia no país, se ela para, teremos demissões em cadeia”, afirmou.
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No Rio de Janeiro, a maioria dos atingidos são do setor naval ou metalúrgicos desligados do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Segundo Zanardi, entre os funcionários há a informação de que o Comperj será desativado até 2021. A estatal, procurada pela reportagem, não confirma essa intenção.
“Desenvestimento é privatização. A empresa está deixando de investir no Brasil. Já mandou dois navios para [serem construídos por trabalhadores em] Cingapura”, criticou Zanardi no protesto, que reuniu o Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Levante da Juventude, estudantes secundaristas e o Centro Acadêmico de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, segundo os organizadores.
O plano de desenvestimento da Petrobras prevê a venda de bens nas áreas de exploração e produção no Brasil e no exterior, abastecimento e gás e energia. A companhia enfrenta alta no endividamento e tenta preservar o caixa e garantir investimentos prioritários.
Com o corte de gastos, o Sindpetro prevê a venda de navios da Transpetro, de refinarias e até de plataformas da estatal. “Não acreditamos em desenvestimento para salvar a companhia, mas em mais investimento para recuperar o crescimento”, frisou o sindicalista.
Como fim do protesto em Duque de Caxias, os petroleiros e os ativistas se organizam para participar de ato em defesa da Petrobras no centro do Rio, a partir das 13h.
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