Mário Coelho
A deputada distrital Erika Kokay (PT) foi designada há pouco como a nova relatora do caso da colega Eurides Brito (PMDB), flagrada em vídeo colcando dinheiro de propina na bolsa, na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Por conta da saída de Bispo Renato (PR), surgiu a necessidade de escolher um novo parlamentar para a função. A partir de hoje, a peemedebista tem 30 dias para apresentar sua defesa.
Como Eurides já foi notificada, não pode mais renunciar para que o processo por quebra de decoro pare. A escolha da petista para a relatoria ocorreu por sorteio. Além dela, participaram os deputados Aguinaldo de Jesus (PRB) e Batista das Cooperativas (PRP). Os outros dois membros da comissão, Raimundo Ribeiro (PSDB) e Alírio Neto (PPS) pediram para não participar da escolha. O relator anterior, Bispo Renato, saiu do cargo para dar lugar a Aguinaldo de Jesus, titular do cargo que, até a semana passada, era o secretário de Esportes do governo do DF.
“Vamos fazer uma investigação imparcial”, afirmou Erika ao fim da sessão, que teve apenas a presença da petista e de Aguinaldo de Jesus. A deputada adiantou que pretende convidar o ex-governador Joaquim Roriz e o ex-secretário de Relações Institucionais do DF Durval Barbosa, autor das denúncias que reveleram o mensalão do governador preso José Roberto Arruda (sem partido), para depor na comissão. A citação a Roriz deve-se ao fato da peemedebista dizer, em sua defesa, que o dinheiro recebido era do ex-governador, para pagar reuniões com eleitores antes das eleições.
Ontem (2), em discurso no plenário da Casa, a peemedebista reforçou a declaração de que não vai renunciar ao cargo e que enfrentará o processo de cassação até o fim. Ao ressaltar que a decisão por não renunciar “é um ato bem pensado”, a distrital garantiu que vai responder ao processo até o fim. “Estou à disposição para qualquer tipo de prova, acareação, o que for preciso”, afirmou. O discurso ainda gerou um bate-boca com Jaqueline Roriz (PMN), filha do ex-governador. Ela afirmou que a peemedebista era uma “tremenda cara-de-pau” pela justificativa. “Ela perdeu a eleição foi ao lado do Arruda. E agora está querendo buscar um bode expiatório”, disse Jaqueline.
Eurides Brito responde a processo por quebra de decoro por aparecer em um vídeo gravado por Durval Barbosa, no qual ela entra em uma sala, fecha a porta, recebe um maço de dinheiro e coloca dentro de sua bolsa. Na defesa entregue ao corregedor ad hoc Raimundo Ribeiro a peemedebista colocou os vídeos sob suspeição, pedindo inclusive uma perícia nas imagens. “A parlamentar solicitou a esta corregedoria o laudo pericial do vídeo, não sendo atendida em razão do mesmo não ter sido disponibilizado pelo STF, apesar de solicitado”, disse Raimundo Ribeiro no relatório apresentado na semana passada.
Veja o vídeo em que Eurides coloca o dinheiro da propina na bolsa
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