O sub-relator da CPI dos Correios Carlos Abicalil (PT-MT) considerou precipitada a conclusão apresentada ontem pelo relator da comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), de que dinheiro do Banco do Brasil abasteceu o chamado valerioduto. Abicalil contestou as duas evidências apontadas por Serraglio de que recursos públicos teriam sido desviados para o PT.
Segundo o petista, ao contrário do que disse o relator, é prática comum o Banco do Brasil, e todos os outros bancos que possuem participação na Visanet, anteciparem o repasse de recursos destinados a publicidade. A antecipação, disse ele, reduz o valor do serviço e é corriqueira no mercado publicitário.
Abicalil também afirmou que não há provas de que os serviços de publicidade ainda sem comprovação não tenham sido, de fato, prestados. Para ele, essa comprovação ainda pode estar pendente. O sub-relator ressaltou que o banco suspendeu o contrato com a DNA em julho deste ano e que o relator não citou os repasses que o BB fez à Visanet entre 2000 e 2002, no governo Fernando Henrique Cardoso.
O petista defendeu a verificação de todas as operações de aplicação e empréstimo relacionadas às empresas de Marcos Valério antes de chegar a alguma conclusão sobre o repasse de dinheiro, já que o sistema financeiro exige garantias para conceder empréstimos.
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De acordo com os dados divulgados ontem por Serraglio, o Banco do Brasil desviou R$ 10 milhões para o PT por meio de verbas de publicidade da Visanet, empresa da qual a instituição detém 32% do capital. O dinheiro foi parar inicialmente na conta da DNA Propaganda, uma das agências de comunicação do empresário Marcos Valério Fernandes, no próprio BB, e transferido, posteriormente, para o BMG. De lá, teria saído na forma de empréstimo para o PT.
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