Confrontado com as imagens colhidas pelo circuito interno de um hotel em São Paulo, o petista Valdebran Padilha, acusado de negociar o dossiê que seria usado contra tucanos, confirmou que Hamilton Lacerda, ex-coordenador de campanha de Aloizio Mercadante, levou até ele e o advogado Gedimar Passos o dinheiro apreendido pela Polícia Federal.
O depoimento de Valdebran derruba a versão de Lacerda, que disse à PF que não havia dinheiro na mala, apenas um notebook e documentos. A declaração de Valdebran foi dada ao delegado Diógenes Curado Filho e ao procurador Mário Lúcio Avelar, ontem à noite em Cuiabá, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.
De acordo com o advogado de Valdebran, Luiz Antônio Lourenço, seu cliente afirmou ainda que Gedimar preferia levar a mala com ele sempre que saía do quarto "para não deixar aquela quantidade toda de dinheiro sem fiscalização". "Com as declarações de Valdebran, fica confirmado que Hamilton Lacerda é ‘o homem da mala’ no caso do dossiê, embora haja suspeita de que outro homem também possa ter servido de intermediário de parte do dinheiro", diz a reportagem de Sônia Filgueiras.
As imagens colhidas pela PF no hotel mostram que no mesmo dia 13 em que Lacerda foi flagrado pelas câmeras entregando uma mala a Gedimar, os dois petistas depois presos foram filmados no hall com a mesma mala nas mãos. Na imagem, é Gedimar quem segura a mala. No depoimento à PF na última sexta-feira, Lacerda declarou que dentro da mala havia apenas material de campanha e roupas, afirmou desconhecer qualquer negociação envolvendo dinheiro em torno do dossiê e responsabilizou o comitê de campanha de Lula pela divulgação de informações contra tucanos – que, segundo ele, poderiam ser usadas inclusive na campanha do presidente.
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Embora seja considerada um avanço, a confirmação de Valdebran ainda não é suficiente para embasar um novo pedido de prisão contra os principais envolvidos no caso, como deseja a PF. Para que o pedido de prisão tenha chances de vingar na Justiça, é preciso antes descobrir a origem do R$ 1,75 milhão, o principal nó da investigação até o momento, diz o Estadão.
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