Fábio Góis
O
vice-presidente do Senado, Marconi Perillo (PSDB-GO), pediu em plenário ao
corregedor da Casa, Romeu Tuma (PTB-SP), uma investigação sobre falsificação de
passaporte e procuração em seu nome. O senador goiano disse que uma espécie de
dossiê anônimo, que também reúne extratos bancários, serviu para abertura e
movimentações de contas no exterior, de maneira a incriminá-lo por fraude
documental.
“Vítima da formação de um dossiê, semelhante ao que aconteceu com o Dossiê
Cayman, quando tentaram, adversários nossos, ferir a honra do nosso querido
Mário Covas e de outros grandes ilustres brasileiros”, disse Perillo, que
recebeu apoio de colegas de partido no plenário, bem como de nomes como Mão
Santa (PSC-PI), que presidiu a sessão não deliberativa desta segunda-feira, e
Paulo Duque (PMDB-RJ).
“Depois, mais recentemente, através do chamado ‘dossiê dos aloprados’,
tentaram macular a honra e destruir a carreira política de um dos homens
públicos mais notáveis deste país, o ex-governador, ex-senador e, se Deus
quiser, futuro presidente da República”, acrescentou o senador, referindo-se ao
candidato tucano à Presidência da República, José Serra.
Segundo Perillo, o material foi enviado à sua residência na última
terça-feira (6) no dia em que ele anunciou a pré-candidatura ao governo do
estado de Goiás. Sem detalhar o conteúdo do dossiê, Perillo atribuiu sua feitura
à oposição em sua base eleitoral. O senador estendeu o pedido de investigação ao
Ministério da Justiça e à Procuradoria Geral da República.
“Sempre compreendi que cada tostão desviado pelos ralos da corrupção
significa a morte de mais uma criança por falta de recursos para a saúde”,
garantindo não ter nenhuma conta bancária fora de Goiás. “Nem a minha conta de
movimentação do salário do Senado está aqui em Brasília. Recebo o salário de
senador na conta do Banco do Brasil em Goiânia.”
Em seu discurso de defesa, Perillo recorreu ao dicionário para enumerar mais
de 30 sinônimos – todos proferidos da tribuna – para a palavra “cafajeste”,
qualidade por ele atribuída ao autor do dossiê. Entre eles os poucos usados
“chinfrim”, “biltre” e “ignóbil”. “Por fim, ressaltamos que, nas fontes
consultadas preliminarmente, não se verificou traço regional nas expressões, mas
de um caráter mais geral”, sentenciou o senador, que foi aparteado pelo líder do
PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), e pelos tucanos Alvaro Dias (PR), Mário
Couto (PA), Cícero Lucena (PB), Lúcia Vânia (GO) e Papaléo Paes (AP).
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