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Em nota do governo de Goiás, Perillo afirma que Odair ficou “apavorado” ao perceber quem poderia ser atingido pelas investigações. “A pressa do relator, em encerrar esta CPMI antes de analisar mais de 500 pedidos de depoimento e de quebra de sigilos, evidencia seu pavor ao ver que as investigações caminhavam perigosamente em direção à verdade nua e crua dos fatos, isto é, ao DNIT e governos estaduais e municipais ligados ao partido dele.”
Inicialmente, a CPI deveria funcionar até 4 de novembro, mas foi prorrogada até 22 de dezembro. No entanto, diversos parlamentares desejavam que ela fosse estendida por mais 180 dias para haver tempo de prosseguir com as investigações. Agora, os parlamentares da comissão apenas analisarão o relatório apresentado por Odair ontem (21), para votá-lo depois.
Segundo investigações da Polícia Federal, a Delta repassou dinheiro para empresas de fachada ligadas a Cachoeira, utilizadas para pagamento de propina e caixa dois de campanhas. Segundo relatório do Ministério dos Transportes, a Delta firmou 18 contratos com o Dnit entre 2005 e 2011. Nesse período, a Delta embolsou R$ 182 milhões com obras paralisadas referentes a tais contratos. No ano passado, a construtora recebeu R$ 8,7 milhões do total de R$ 115 milhões para a construção do anel viário na BR 060 em Jataí, Goiás. A empresa abandonou a obra e o ministério não justificou o motivo pelo qual as obras foram interrompidas.
No relatório Odair pede o indiciamento de Marconi Perillo e outras 45 pessoas, entre elas o ex-senador Demóstenes Torres (GO) e Fernando Cavendish, dono da construtora Delta. O deputado afirma que o governador de Goiás recebeu dinheiro de Cachoeira para financiar sua campanha por meio de um empresário do ramo farmacêutico. O documento seria lido nesta semana, mas, a pedido do relator, a leiutra será feita na próxima quarta-feira (28).
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Mentor oculto do mensalão
Na nota divulgada hoje, Perillo afirma que o relatório é “malfeito”e “inconsistente”, além de ter cunho político e não ter apresentado nenhuma novidade”. “O deputado federal Odair Cunha (PT-MG), a serviço do mentor maior do mensalão e na ânsia de agradar seu chefe, produziu o mais malfeito e inconsistente relatório de todas as CPMIs até hoje no Congresso Nacional. […] O relatório é tão confuso, direcionado e inconsistente que fica difícil até contestá-lo pontualmente. Fica o repúdio, de forma veemente, a esta peça de ficção elaborada exclusivamente como instrumento de vingança”, afirmou.
A vingança citada por Perillo é, segundo a nota, em relação aos desafetos “do líder maior oculto do mensalão” e que o documento foi uma tentativa de, “através de fragmentos de gravações, montar uma peça frágil, inconsistente, sem o mínimo de embasamento técnico ou de provas para incriminar e desgastar politicamente adversários dos mensaleiros”. Para o governador, o relatório é direcionado a ele, a parte da imprensa e ao Ministério Público Federal. Ele não explicou quem seria o “líder maior oculto” do caso, se seria ou não o ex-presidente Lula, que foi apontado como responsável pelo mensalão pelo advogado do delator do esquema, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ).
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Marconi e o presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Rincon, processarão Odair Cunha por danos morais.
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