A assessoria do presidente do Conselho de Ética do Senado, Sibá Machado (PT-AC), informou hoje (15) que as perícias nos documentos apresentados pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL) serão feitas pela Polícia Federal (PF) em conjunto com técnicos da Secretaria de Controle Externo da Casa, órgão que auxilia os trabalhos do Tribunal de Contas da União (TCU).
Sibá também pediu que os auditores trabalhem nos documentos em ritmo acelerado para entregar o parecer até terça-feira (19) e solicitou os originais dos dados entregues hoje (15) por Calheiros. O presidente do conselho afirma que não enviará nenhuma cópia dos documentos aos senadores até que a perícia esteja completa e em suas mãos. (Lúcio Lambranho)
"Fui eu que pedi", diz Renan sobre perícia e depoentes
O risco de ser derrotado na sessão de hoje do Conselho de Ética do Senado levou o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), a admitir primeiro a realização de perícia nos documentos apresentados por sua defesa, depois a coleta de depoimentos de Cláudio Gontijo e do advogado da jornalista Mônica Veloso, Pedro Calmon Filho.
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Questionado por jornalistas sobre o aparente revés, o presidente do Congresso respondeu apenas: "Fui eu que pedi".
Inicialmente defendida exclusivamente por oposicionistas, a continuidade das investigações foi decidida hoje mediante sugestão do próprio Renan, que ligou repetidas vezes para o líder do governo, Romero Jucá (PMDM-RR), durante a sessão. Renan chegou a pedir à esposa do senador Epitácio Cafeteira, relator da representação do Psol no conselho, que convencesse o marido a também aceitar o adiamento da votação do relatório para terça-feira (19).
"Vou concordar, em homenagem à minha esposa, a quem eu devo a vida. Mas eu não modifico uma linha, uma vírgula do meu parecer [pelo arquivamento]. Atendendo a um pedido da minha mulher, eu concordo em prorrogar", disse Cafeteira ao finalmente concordar com a suspensão da Sessão. (Lúcio Lambranho)
Renan: “Estou trazendo a certeza da verdade"
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse hoje (15) que não teve o propósito de influenciar a votação do Conselho de Ética ao se reunir, de maneira reservada, com senadores da oposição e da base governista.
Ele afirmou que quis apenas apresentar documentos que atestam que ele não utilizou notas frias para comprovar a venda de gado, conforme denunciou ontem o Jornal Nacional. "Fiz questão de fazer visita a todos os senadores não para formar a cabeça, mas para trazer a verdade. Eu não estou pedindo o direito da dúvida, mas trazendo a certeza da verdade", declarou.
Renan declarou que entregou aos colegas notas de vacinação do seu rebanho e recibos, além de comprovantes de venda de gado realizadas em Alagoas. “A palavra está com o Conselho. Não vou entrar na discussão do conselho da mesma maneira que não vou entrar na discussão da ética do jornalismo brasileiro", disse o senador aos jornalistas. (Edson Sardinha)
Tuma passa mal e não vai à reunião do Conselho hoje
O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), passou mal e não compareceu à sessão do Conselho de Ética. Os senadores adiaram para a próxima terça-feira (19) a votação o parecer do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), que recomenda o arquivamento da representação do Psol contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) por quebra de decoro parlamentar.
De acordo com a assessoria de Tuma, ele se sentiu mal ontem à noite, foi atendido pela equipe de cardiologia do Senado e, por recomendação médica, viajou para São Paulo, onde será tratado no Instituto do Coração. Tuma já havia passado mal no último dia 4, quando teve uma crise de hipertensão e precisou adiar uma reunião com o presidente do Conselho de Ética, senador Sibá Machado (PT-AC). (Carol Ferrare)
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