Alguns peemedebistas, inclusive parlamentares, defenderam abertamente o impeachment da presidente Dilma Rousseff e sua substituição por Temer. “Nós achamos que do jeito que está não dá e achamos que o Michel Temer está preparado para assumir o pós-impeachment da Dilma Rousseff”, disse. “Se não houver essa mudança em quatro, cinco ou até seis meses, o país vai piorar. Ou vocês acreditam em mudanças com o sistema que está no Palácio do Planalto?”, indagou o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS).
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O deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) disse que o PMDB é usado como laranja pelo PT. “Chupa e joga fora o bagaço”, comparou. “A crítica não tem de ser para o PT, mas para o nosso PMDB. Quando a gente muito abaixa, o rabo aparece. É isso que estamos fazendo neste governo do PT”, emendou o baiano, que chamou o PT de “partido da boquinha” – termo empregado diversas vezes em relação ao PMDB.
Lúcio afirmou que a presidente Dilma nunca convidou o PMDB para discutir políticas públicas para o país e que tenta cooptar o partido apenas com cargos. “Se o PMDB não tem dono, está alugado para o PT. Não podemos permitir que continue dessa forma.”
Irmão de Lúcio, o ex-deputado Geddel Vieira Lima disse que o PMDB não pode ser responsabilizado pela crise do governo porque, segundo ele, sempre foi “periférico” na gestão petista. “O impeachment ou não impeachment não depende da gente, mas tem algo que depende. Não é o afastamento da Dilma Rousseff da Presidência da República, mas o afastamento do PMDB dela, para que possamos construir um partido que tenha discurso”, declarou.
O documento “Uma ponte para o futuro”, proposto por Temer em alternativa às medidas econômicas adotadas pelo governo, também sofreu ataques dos peemedebistas. “O documento é submisso a uma política global de dominação e a precarização do estado e do trabalho. Esse documento não representa o PMDB”, disse o senador Roberto Requião (PMDB-PR). “É um documento pior do que as piores posições do Levy e do PSDB”, emendou.
O evento desta terça-feira acabou esvaziado pela ala governista do partido. A intenção dos oposicionistas era que fosse convocada uma convenção para que o partido votasse a proposta de romper com o governo. A ideia, no entanto, foi abortada. O encontro virou um encontro da Fundação Ulysses Guimarães, sem caráter deliberativo. A convenção foi adiada para março. Lideranças peemedebistas do Rio de Janeiro, que apoiam Dilma, como o governador Luiz Fernando Pezão, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, não compareceram ao congresso desta terça, alegando ter compromissos mais importantes na agenda.
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