Por 128 votos a 49, o Diretório Nacional aprovou ontem o encaminhamento do presidente nacional do partido, Carlos Lupi, que prega a independência da legenda no segundo turno das eleições presidenciais. Ou seja: nem o presidente Lula, nem o tucano Geraldo Alckmin receberá apoio formal do partido.
De acordo com a assessoria da liderança do PDT na Câmara, a decisão também teve o apoio do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), candidato derrotado do partido à Presidência da República, do líder do PDT na Câmara dos Deputados, Miro Teixeira (PDT-RJ), e do secretário nacional do partido, Manoel Dias. Apenas Cristovam, Lupi e Dias não poderão manifestar em quem votarão.
O deputado federal eleito Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), que defendeu o apoio à candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República, declarou ao final do encontro que, com a "liberdade" que o PDT deu aos militantes, ele, pessoalmente, oficializará o apoio ao tucano em São Paulo.
Pesaram na decisão pela neutralidade as questões políticas regionais. Em alguns estados, os pedetistas já declararam apoio a Lula. Em outros, a Alckmin. "Ou ficamos neutros ou boto para fora um ou outro", disse Lupi. O presidente do PDT classificou a decisão do partido como a "menos ruim". "O PDT é um partido independente e nenhuma das forças políticas do segundo turno representa nossas idéias e causas. Todos estão livres para exercer o voto", afirmou.
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Apesar da proposta de neutralidade defendida pela presidência do partido, 17 presidentes de diretórios regionais, entre eles São Paulo, já haviam manifestado o interesse em apoiar o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. Oito diretórios votaram pela neutralidade e apenas dois defenderam uma aliança pela reeleição do presidente Lula. Na prática, a neutralidade favorece mais o petista do que o tucano, que aparece pelo menos dez pontos atrás do candidato à reeleição nas pesquisas e sinalizava com uma aproximação com o candidato derrotado Cristovam Buarque. (Rodolfo Torres)
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