O PDT decide hoje, em convenção nacional, se lança o senador Cristovam Buarque (DF) como candidato à Presidência da República. Apesar dos protestos de integrantes da legenda, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, está confiante na aprovação da candidatura própria. Ele aposta que a tese terá o apoio de no mínimo 70% dos convencionais. “Vamos aprovar a candidatura com absoluta tranqüilidade e certeza”, avalia Lupi. “Os votos contrários não devem passar de 20% a 30%”, estima.
O candidato também acredita que esse será o caminho a ser tomado pela legenda. “Tudo indica que sim. Se não for, será uma surpresa geral”, prevê Cristovam. A indicação do ex-governador do Distrito Federal tem recebido duras críticas daqueles que se sentem prejudicados pela candidatura. A regra da verticalização obriga que se reproduza nos estados a aliança feita para a Presidência da República.
Por ter candidato próprio, o PDT não poderá se coligar com os partidos que também participarão da eleição nacional. O vice-presidente nacional do PDT, Jackson Lago, é um dos principais críticos da candidatura própria. Ele pretendia disputar o governo do Maranhão em uma aliança com o PSDB, de Geraldo Alckmin. “Cristovam entrou no partido e já quer acabar com o PDT”, ataca.
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Cristovam ainda tem de enfrentar a sua baixa preferência entre o eleitorado nacional. Ele aparece nas pesquisas de intenção de voto abaixo da margem de 1% da preferência dos pesquisados. O senador filiou-se ao PDT no ano passado, depois de deixar o PT, onde participava da corrente mais moderada do partido. O ponto crucial da discórdia entre ele e os pedetistas é a condução da política econômica. Ele próprio reconhece que há um descompasso entre o desejo de mudança do PDT e o dele em relação à economia. “Sou tão radical quanto o partido. Quero mudar o modelo, mas acho que não vai dar para mudar no dia 1º de janeiro de 2007, como querem algumas pessoas no partido”, justifica-se.
A direção partidária, porém, minimiza as desavenças e diz que participar da disputa nacional é importante para manter a unidade no discurso do PDT. Desde a morte de Leonel Brizola, os pedetistas históricos reclamam do desembarque na legenda de pessoas sem identidade com o partido e com interesses fisiológicos. Para os partidários da candidatura própria, sem uma posição nacional, o partido perde identidade.
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