O PCdoB transformou a sua rotineira reunião do conselho político num plano de estratégia para blindar e defender o ministro do Esporte, Orlando Silva, além do próprio partido, das acusações de desvio de recursos e corrupção no programa Segundo Tempo. Orlando Silva foi dar as suas explicações ao partido, e o conselho político estabeleceu planos de defendê-lo. Ainda hoje (20), parlamentares do PCdoB deverão ocupar as tribunas da Câmara e do Senado para defendê-lo. No final da tarde, quando a presidenta Dilma Rousseff chegar da viagem à África, ela terá uma reunião com Orlando Silva. A expectativa do PCdoB é que o ministro permaneça, e o partido fará tudo o que estiver a seu alcance para que isso aconteça.
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“O cargo pertence à presidenta, não pertence ao PCdoB. Mas nós não vamos aceitar linchamento moral. Não se tira ministro no grito. A presidenta sabe o que é o PCdoB e quem é Orlando Silva”, disse após a reunião o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE). “O delator [o policial militar João Dias Ferreira] é um cara desqualificado, bandido, chantagista. Tratou-se de uma mentira exposta como verdadeira para desqualificar o ministro e enxovalhar o PCdoB”, concluiu Inácio Arruda.
Orlando Silva voltou a confrontar João Dias Ferreira. O PM disse que teria provas das acusações que fez a ele. Segundo João Dias, em entrevista à edição da revista Veja desta semana, propina desviada do programa Segundo Tempo teria sido entregue a Orlando Silva na garagem do ministério. João Dias é o responsável por duas ONGs de Brasília que receberam dinheiro do programa e não prestaram contas do uso. Há uma ação contra ele para a devolução do dinheiro dos convênios. “O tempo passa, e as provas que ele diz ter não aparecem”, comentou Orlando Silva. “A cada dia, ele adia a apresentação das provas. Porque ele não tem provas. Eu é que tenho provas contra ele. Ele está devendo dinheiro ao governo e eu estou movendo as ações para que ele devolva”, disse o ministro.
Segundo as explicações de Orlando Silva, João Dias Ferreira foi apresentado a ele pelo atual governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, ex-ministro do Esporte. “Foi Orlando Silva que apurou, que exigiu a devolução do dinheiro, agora ele é que é considerado culpado?”, questionou Inácio Arruda.
João Dias Ferreira disse ter gravações que, quando apresentadas, provarão o envolvimento de Orlando Silva. “Ele que não apareça com uma gravação editada”, adiantou-se a senadora Vanessa Graziottin (PCdoB-AM). “Tem que ter começo, meio e fim”.
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