Edson Sardinha
O novo governador em exercício do Distrito Federal, Wilson Lima (PR), assumiu oficialmente hoje (24) o cargo, transmitido nesta manhã pelo ex-vice-governador Paulo Octávio (sem partido), que chefiou interinamente o Executivo desde o último dia 11 e renunciou ontem ao mandato. Deputado distrital em terceiro mandato, Wilson Lima era o presidente da Câmara Legislativa do DF, segundo nome na linha sucessória do governador licenciado, José Roberto Arruda (sem partido), que está há 13 dias preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, acusado de tentar subornar uma testemunha no processo do mensalão.
A transmissão do cargo ocorreu oficialmente na residência oficial do vice-governador, no Lago Sul. “Sou apenas um cidadão a partir de hoje. Espero que ele faça um bom governo. Volto à minha rotina normal, mas vou continuar trabalhando por Brasília”, declarou aos jornalistas o agora ex-vice-governador ao deixar a residência oficial, dirigindo o próprio veículo.
Aliado de Arruda, Wilson Lima está reunido com o secretariado neste momento. Em carta divulgada ontem, ele criticou a possibilidade de intervenção federal no DF e disse que assume o cargo para fazer “uma transição democrática entre um governo eleito e outro governo eleito”. “Não serei empecilho à volta da normalidade. Não criarei um único obstáculo para a condução democrática de nossa cidade. Não farei mudanças bruscas, e não aceitarei nenhuma ingerência política”, prometeu.
O Supremo Tribunal Federal (STF) deve decidir nos próximos dias se aceita o pedido de intervenção no DF, apresentado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Arruda está afastado do cargo desde o dia 11, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou sua prisão. Arruda é alvo de processo de impeachment aberto semana passada pela Câmara Legislativa. O caso é relatado pelo deputado Chico Leite (PT).
Paulo Octávio se desfiliou do DEM e renunciou ontem à vice-governadoria. O ex-vice-governador estava com a carta de renúncia pronta desde a semana passada. Pressionado pelo partido, que o ameaçava de expulsão, e pela Câmara Legislativa, que abriu em tempo recorde seu processo de impeachment, acabou se desligando do governo. Um dos empresários mais bem-sucedidos do DF, Paulo Octávio é um dos investigados na Operação Caixa de Pandora, da PF, que denunciou a existência de um esquema de pagamento de propina a aliados, inclusive deputados distritais, comandado pelo Executivo local.
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