O ministro Paulo Medina pediu hoje (2) afastamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Medina é um dos magistrados acusados de vender sentenças judiciais investigados pela Polícia Federal na Operação Furacão.
O afastamento acontece depois da divulgação de escutas telefônicas que mostram o ministro anunciando ao advogado do réu, antecipadamente, seu voto em um processo que relatava. Na ação, o presidente do Minas Tênis Clube de Belo Horizonte, Fernando Furtado Ferreira, era acusado de portar uma carteira policial falsa.
Na ligação interceptada pela PF, Medina chega a orientar o advogado Paulo Eduardo Almeida de Mello sobre como conduzir a defesa. "Ele não se apresentou como polícia, então não há crime. Estou saindo aí para ver se… por aí é mais fácil", disse. "Manda ele fazer uma sustentação oral. Manda fazer, porque sem sustentação é meio perigoso", aconselhou.
No dia seguinte, Paulo Medina presidiu a sessão do STJ e votou a favor da absolvição de Fernando Ferreira. O plenário do tribunal, por maioria, acompanhou a decisão do relator.
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De acordo com o advogado de Medina, Antonio Carlos de Almeida Castro, o magistrado não vai pedir aposentadoria pois a opção seria um desrespeito ao Supremo Tribunal Federal (STF). "O ministro não quer se furtar ao julgamento do Supremo, uma vez que a denúncia está lá", disse. Segundo o jornal O Globo, o advogado do ministro nega que tenha ocorrido qualquer irregularidade no julgamento do processo contra o diretor do Minas Tênis Clube. (Carol Ferrare e Rodolfo Torres)
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