Mário Coelho
Eleito presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado ontem (15), o senador Paulo Duque (PMDB-RJ) disse nesta quinta-feira que não se preocupa com a pressão da opinião pública sobre as denúncias envolvendo o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). Como comandante do colegiado, cabe a ele analisar as cinco representações em pauta. Duque, entretanto, adianta que só fará isso em agosto, após o recesso parlamentar.
“São cinco processos, por enquanto. Estão todos respeitosamente guardados e não analisarei nada agora”, disse Duque. Quatro deles são contra Sarney e um contra o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros. A mais nova foi apresentada novamente pelo líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM). Ele trata das gravações da Polícia Federal que mostram negociações da família Sarney por cargo no Senado em ato secreto. (leia mais)
Em declaração aos jornalistas, o peemedebista classificou a opinião pública de “volúvel” e que “flutua”. “A opinião pública é capaz de colocar 100 mil pessoas no Maracanã para ver a Madonna e o Roberto Carlos. E vamos ser realistas: não estamos aqui para crucificar ninguém”, afirmou. Duque é apontado por oposicionistas como uma escolha de Renan para livrar os dois peemedebistas da degola. (veja mais)
Duque, porém, não vê problema em ser indicado por peemedebistas. Até terça-feira (14), a indicação do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) era considerada consenso. Tanto PT quanto DEM e PSDB consideravam o senador capixaba um bom nome para presidir o Conselho. O PMDB, entretanto, bateu pé contra Valadares. O desgaste foi tamanho que ele acabou renunciando ao colegiado. “Nada é bobagem em termos de nomeação. Nomeação política existe desde que o Brasil é Brasil”, comentou.
Segundo a Agência Brasil, ao lembrar que o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) escapou da cassação de mandato em plenário, Duque perguntou: “Me mostre uma medida prática que o Senado já tomou [em relação à quebra de decoro]? O senador Renan ganhou e ganhou bem”. Duque afirmou que vai respeitar o que manda o Regimento Interno da Casa. “É difícil dizer se essa história terá ou não um final feliz.
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