O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, negou nesta terça-feira (23), em audiência da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara, o uso de um avião da construtura Sanches Tripolin na campanha de 2010. Na oportunidade, sua mulher, Gleisi Hoffman, era candidata ao Senado no Paraná. “A campanha da candidata Gleisi tem registrado os pagamentos. E eles correspondem ao que ela usou”, disse.
De acordo com reportagem da revista Época, Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann usaram o mesmo avião, um turboélice King Air, prefixo PR-AJT, durante a pré-campanha da petista para o Senado. Segundo o ministro, tanto suas viagens quanto as de sua esposa, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, foram regulares. “Eu sou obrigado a responder sobre informações dadas em off a jornalistas, mas não há qualquer prova contra a qual eu possa argumentar”, disse.
A empresa e seus sócios teriam doado mais de R$ 500 mil para a campanha de Hoffmann ao Senado, mas Paulo Bernardo afirmou que a informação tem sido usada de forma leviana, pois a companhia, de acordo com ele, fez doações para o comitê do PSDB nacional e estadual, e para diversos senadores eleitos. Ele confirmou que conhece os sócios da empresa, e declarou que pegou carona em muitos aviões durante suas campanhas anteriores, mas que, como ministro, costuma andar em aviões de carreira.
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“Não vou falar nada sobre a ministra Gleisi. Não sou procurador dela nem para pagar a conta de luz”, ressaltou. Apesar de a audiência tratar oficialmente de um debate sobre a radiodifusão digital, Bernardo foi questionado por integrantes da oposição sobre as denúncias recentes contra ele e Gleisi. As perguntas mobilizaram líderes da base, que chegaram a afirmar que o ministro das Comunicações não tinha obrigação de respondê-las, já que não estavam no requerimento de convite.
Paulo Bernardo disse que a coordenação de campanha tem o registro de todas as viagens de Gleisi, e que elas estão na prestação de contas aprovada pela Justiça Eleitoral. “Ela fez campanha, usou e registrou, gastou em torno de R$ 8 milhões. O TRE aprovou, disse que tá boa. Eu não fui candidato, não tenho prestação de contas nenhuma, só peguei carona”, disse. O ministro disse que conhece dois dos três sócios da empresa.
O ministro explicou ainda que o contorno rodoviário de Maringá (PR), que tem sido citado em denúncias de favorecimento pessoal dele quando era ministro do Planejamento, foi uma emenda de todos os parlamentares do Paraná. Ele argumentou que da mesma forma que as bancadas de vários partidos procuravam o ministério para inclusões no PAC, a do Paraná pediu a inclusão dessa obra. “Fica parecendo que foi o ministro que fez a emenda e liberou do outro lado, mas foram os parlamentares do meu estado que fizeram, e nos convenceram que a obra era importante”, afirmou.
Com informações da Agência Câmara
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