“Não basta derrubar a cerca do latifúndio, é preciso derrubar as cercas que nos limitam a uma visão individualista e excludente do processo social”, discursou Patrus na cerimônia de transmissão de cargo. Ele assumiu o ministério no lugar de Miguel Rossetto, que foi indicado pela presidenta Dilma Rousseff para ser o novo secretário-geral da Presidência.
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Durante o discurso, Patrus aumentou o tom. Ligado a setores atuantes na reforma agrária, como a Igreja Católica e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), o novo ministro disse também que “o direito de propriedade não pode, em nosso tempo, ser um direito incontrastável, inquestionável e que prevalece sobre todos os demais direitos”.
As declarações ocorreram um dia depois de Kátia Abreu assumir o Ministério da Agricultura no lugar de Neri Geller. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, ela afirmou que não existem latifúndios no país e que a reforma agrária deve ser pontual, não em massa. “Ela tem de ser pontual, para os vocacionados. E se o governo tiver dinheiro não só para dar terra, mas garantir a estrutura e a qualidade dos assentamentos
No entanto, em entrevista coletiva realizada logo depois da transmissão de cargo, Patrus recuou do conteúdo do discurso. “Eu prefiro trabalhar com o conceito de que nós temos no Brasil grandes propriedades. Até onde eu sei, uma boa parte delas, talvez mesmo a maioria, estão sendo corretamente exploradas. Tanto que o Brasil, hoje, é um grande produtor de alimentos, de produtos agropecuários”, afirmou, após ser questionado se o discurso era uma resposta a Katia Abreu.
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