O superintendente regional da PF em Minas Gerais, David Salém, divulgou há pouco o balanço da operação João de Barro, que culminou, entre outros, na busca e apreensão de documentos nos gabinetes do deputado federal João Magalhães (PMDB-MG) e Admir Camilo (PDT-MG). De acordo com Salém, os parlamentares poderão responder por “corrupção e tráfico de influência”.
Segundo o superintendente, desde 2006 a PF investiga um esquema de fraudes em obras financiadas por parlamentares e bancos estatais. Os desvios, segundo a entidade, ocorreram em 119 municípios de sete estados (MG, GO, TO, SP, RJ, ES ) e no Distrito Federal.
O esquema
De acordo com a PF, a verba de emendas de parlamentares era determinada por empreiteiras que montavam um projeto que não era implementado de "forma padrão", ou seja, com baixa qualidade. “Por exemplo, em uma obra que vale cem mil foram gastos apenas 50 mil, e o resto foi distribuído” explicou Salém.
Segundo dados da entidade, até o momento, projetos apresentados pelo esquema receberam repasse de R$ 700 milhões. A intenção da Polícia é impedir que mais R$ 2 bilhões sejam desviados de obras do Programa.
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Até às 13h de hoje, foram presas 26 pessoas envolvidas no esquema entre empresários e funcionários públicos. Ao todo, a PF pretendem executar 231 mandados de busca e apreensão e 38 mandados de prisão temporária, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Salém ressaltou, no entanto, que nenhum parlamentar foi detido. “Não houve pedido de prisão de parlamentares por questão de ordem técnica, pois os delitos não admitem elementos de flagrante. Então esse tipo de ação ficou inviabilizada”, disse.
O resultado da ação de hoje resultará na abertura de 200 inquéritos. “Na segunda fase dessa operação serão realizadas as oitivas das pessoas”, afirmou Salém.
Motivações políticas
Em entrevista coletiva, na tarde de hoje, o ministro da Justiça, Tarso Genro, descartou qualquer relação entre a Operação João de Barro com motivações políticas.
“Gostaria de deixar absolutamente claro que todas essas buscas, mandados de prisão e trabalho de investigação não têm nenhuma destinação voltada a qualquer facção política e ideológica, mas obedece estritamente os trabalhos feitos pelos órgãos técnicos da União”, disse. (Erich Decat)
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