Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, os ministros ouvidos em caráter reservado entendem que o peemedebista “caiu em desgraça” com sua estratégia de se defender em entrevistas à imprensa. Para eles, no entanto, uma decisão judicial para afastá-lo do cargo seria “drástica demais”. A Procuradoria-Geral da República discute internamente se formaliza ao STF um pedido de afastamento de Eduardo Cunha do cargo. Os ministros, porém, temem ser acuados de “judicializar a política”, ressalta o repórter Adriano Ceolin.
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De acordo com o Estadão, além dos magistrados, tanto investigadores quanto interlocutores do Palácio do Planalto avaliaram como “desastrosa” a estratégia de Cunha de conceder uma série de entrevistas para se defender. Para eles, o peemedebista expôs uma série de contradições em sua defesa.
O presidente da Câmara afirma que não mentiu à CPI da Petrobras ao dizer que não tinha contas no exterior em seu nome. Após a descoberta de quatro contas ligadas a ele no exterior, Cunha diz que era apenas “usufrutuário” dos recursos e que essas contas são “trustes” –espécie de fundo do qual ele seria apenas beneficiário dos recursos e não o controlador do dinheiro.
Na última quarta-feira, reportagem do Estadão mostrou que Cunha usou o nome de sua mãe como contrassenha para consultar o banco suíço Julius Baer. Investigadores entendem que o uso de informações pessoais reforça a tese de que ele tinha vínculo direto com as contas. Os extratos também indicam movimentações financeiras feitas por ele ano passado, o que contradiz a versão apresentada pelo deputado anteriormente.
Na última quarta-feira (11), a liderança do PSDB na Câmara divulgou nota pedindo que ele se afaste da presidência da Casa e sinalizando que seus representantes votarão pela cassação do mandato do deputado no Conselho de Ética. Em resposta, no dia seguinte, um grupo de 12 partidos (PR, PMDB, PSC, PP, PSD, PRP, PTB, PTdoB, PEN, PHS, PTN e SD) declarou, em nota à imprensa, apoio a Cunha.
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