O ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, rebateu nesta terça-feira (30), as acusações de racismo no Itamaraty feitas pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, que disse ter sido discriminado em um concurso após ter sido aprovado na prova escrita. “Fui discriminado, mas me prestaram um favor”, disse o ministro em entrevista publicada no domingo (28). Ao contrário, Patriota afirmou hoje que Joaquim se referiu “sobretudo a uma outra era, em que poderão ter ocorrido situações de discriminação”. Ele fez a crítica na tarde de hoje, depois de se encontrar com a chanceler da África do Sul, Maitê Nkoana-Mashabane.
As declarações de Joaquim causaram desconforto no Itamaraty, como mostrou o Congresso em Foco hoje. Uns consideravam “injustas” as avaliações do primeiro ministro negro do STF. Mas, ao contrário do que disse Patriota, funcionários do órgão disseram ao site nesta terça-feira que concordam com Joaquim. Segundo eles, ainda existe racismo no Itamaraty.
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De acordo com Patriota, a crítica de racismo apontada por Joaquim “poderá ter sido uma prática em épocas anteriores”. Ele destacou os atuais esforços do Itamaraty para “corrigir esse legado da discriminação no Brasil”.
O ministro disse que acompanha pessoalmente a execução de um programa de bolsas de estudos para negros que desejam ingressar na carreira diplomática. “Estimulo, nos contatos que mantenho com os jovens, a ingressarem no Itamaraty sobretudo quando representam os diferentes grupos populacionais”, afirmou o chefe do MRE.
Ele disse que, no passado, só havia diplomatas cariocas e paulistas. “Hoje temos de todas as regiões. A última turma tem uma maioria de mineiros”, contou.
Patriota alfinetou Joaquim ao pediu o reconhecimento das ações afirmativas. “São desenvolvimentos que acho que precisam ser reconhecidos e valorizados”, concluiu.
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