Dia desses li, no jornal “Sputnik”, uma interessante matéria sobre a República Tcheca. Noticiou-se que aquele país “está prestes a entrar para o clube de maiores produtores mundiais de lítio. Desde já, empresas australianas e norte-americanas estão disputando o direito de explorar o mineral no país”.
Informou-se, em seguida, que “partes do solo tcheco passaram a valer, do dia para a noite, bilhões de dólares. Não se trata de ouro, nem de petróleo, mas de um mineral muito mais valioso”. Complementou-se que dada empresa “realizou perfurações de prospecção em Cínovec, na região de Teplice, e descobriu uma reserva de 6,5 milhões de toneladas de lítio”. Assim, “a República Tcheca … poderá garantir toda a demanda europeia pelo metal por mais de dez anos”.
Esclareceu-se que “o lítio é um mineral usado, entre outras funções, para a produção de baterias recarregáveis. Considerando o grande crescimento do setor de automóveis elétricos, o lítio tende a se tornar mais valioso do que o petróleo, o gás natural ou mesmo o ouro”.A reportagem fica ainda mais interessante quando lança uma pergunta: “E quem vai ficar com a fortuna tcheca?” Eis a resposta: “Segundo a imprensa, as maiores chances de exploração são da empresa Geomet, pertencente à European Metal Holdings, que recebeu a licença de prospecção e de perfuração do Ministério do Meio Ambiente local. No entanto, a companhia internacional de consultoria Albright Stonebridge Group também entrou na concorrência”.
Segue-se a conclusão do texto a nos deixar, enquanto país cuja economia é baseada no extrativismo, um tema sobre o qual meditarmos: “No entanto, alguns políticos do país não estão satisfeitos com as perspectivas de uma exploração totalmente privada do mineral e esperam uma maior participação do Estado no processo. É o que pensa Jaroslav Borka, deputado do Partido Comunista da Boêmia e Morávia (KSCM) e membro do comitê constitucional do parlamento. Segundo ele, os setores industriais estratégicos devem ser regulados pelo Estado, e não por especuladores financeiros, que deixarão depois de si grandes problemas ecológicos e despesas milionárias com saúde e recuperação do solo, que serão pagas pelas gerações futuras”.
Agora levante-se, vá à janela e contemple a América Latina. Será que esse deputado tem razão?
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