Mário Coelho
O governador em exercício do Distrito Federal, Paulo Octávio, entregou na tarde desta terça-feira sua carta de desfiliação do DEM. Isolado desde que assumiu o governo, Octávio decidiu sair do partido por conta da possibilidade de ter sua expulsão confirmada amanhã pela Executiva nacional da legenda. O pedido, entregue ao presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia (RJ), é seco. Curto. Tem apenas uma frase: “Venho por meio desta comunicar a minha desfiliação do partido”.
Paulo Octávio tomou a decisão na manhã de hoje. Inicialmente, ele iria se desfiliar na sexta-feira (19). Depois, adiou para ontem (22). Ele esperava conseguir apoio dentro do partido para permanecer. Pelo menos até o julgamento do habeas corpus do governador afastado José Roberto Arruda (sem partido). Mas, como não conseguiu apoio, decidiu sair.
Hoje pela manhã, a bancada do DEM decidiu apresentar pedido de expulsão sumária do governador da legenda e pela intervenção no diretório regional. O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) informou ainda que, por uma obrigação estatutária, o partido concederia um prazo de até 90 dias para a defesa Paulo Octávio.
O presidente do DEM afirmou que considera “acertada” a decisão de Octávio de se desfiliar da legenda. “Amanhã, o partido encaminharia processo de expulsão, o que provocaria um desgaste muito maior a ele”, disse Rodrigo Maia. A expulsão teria como base uma decisão da Executiva de que todos os filiados deixassem os cargos no governo do Distrito Federal. A decisão foi tomada no dia 11 de fevereiro, mesmo dia em que o governador afastado, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), foi preso por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O líder do DEM na Câmara, Paulo Bornhausen (SC), afirmou que, mesmo com a saída de Paulo Octávio, o partido ainda tem que decidir o futuro dos partidários que fazem parte do GDF. Somente Nilo Cerqueira, que era administrador do Sudoeste, cumpriu a ordem dada pelo partido de sair do governo. Para Bornhausen, todos os secretários filiados ao DEM devem escolher se ficam no Executivo ou no partido.
“Paulo Octávio já não faz mais parte do Democratas. O exemplo foi dado. É a vez do PT não passar a mão na cabeça de corruptos”, disparou o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), um dos autores do pedido de expulsão de Paulo Octávio, junto com Demóstenes Torres. “A exemplo de Arruda, agora é a vez da Justiça e da Câmara Legislativa. Democratas fez sua parte e contribuiu para o combate à corrupção”, completou.
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